Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Fundo de índice ainda patina no Brasil

ETFs não conseguem atrair pequenos investidores para a Bolsa e menos de 10% dos cotistas são pessoas físicas

Há 16 fundos desse tipo no país; o mais recente, lançado em abril, é o primeiro a replicar um índice estrangeiro

ANDERSON FIGO DANIELLE BRANT DE SÃO PAULO

Aposta para atrair o pequeno investidor para a Bolsa, os fundos que espelham índices, chamados de ETFs (Exchange Traded Funds), ainda não conseguiram atingir esse público: menos de 10% dos cotistas são pessoas físicas, segundo a BM&FBovespa.

A dificuldade de encontrar compradores para esses fundos se soma ao fato de que o mercado acionário brasileiro ainda é muito recente. A Bolsa só ganhou a robustez que tem hoje na última década.

Ainda pouco conhecidos da maioria do público, os ETFs são fundos que espelham índices, commodities ou setores e têm suas cotas negociadas em Bolsa.

Possuem a vantagem de, em uma só cota, possibilitar ao aplicador investir em uma cesta de ações de diversas empresas, com o custo de uma só transação.

"Em vez de concentrar o investimento numa só ação, ele diversifica e diminui o risco da aplicação", diz Tatiana Grecco, superintendente de fundos indexados da Itaú Asset Management.

Além de comprar diretamente a cota de um ETF por meio de uma corretora, como se fosse uma ação, o investidor pode também optar por colocar seu dinheiro em fundos de bancos que investem nesses papéis.

No Brasil, havia 15 ETFs até 2012. Lançado no mês passado, o mais novo deles, iShares S&P 500, é o primeiro a replicar um índice estrangeiro --no caso, o Standard & Poor's 500, das principais empresas dos EUA.

O ETF mais negociado no mercado brasileiro --gerido pela BlackRock e que segue o Ibovespa-- é o BOVA11, com 75.158 operações realizadas neste mês, até o dia 23. Ainda assim, seus negócios representaram só 0,62% do total de operações realizadas no Ibovespa nesse período.

MERCADO RECENTE

Para Ricardo Cavalheiro, diretor da BlackRock, isso se explica pelo fato de o mercado de renda variável no Brasil só ter decolado na última década. "É natural que leve tempo para um produto se consolidar. Nos EUA, os primeiros ETFs surgiram no início da década de 1990. No Brasil, esse mercado só começou a crescer em 2008", diz.

Em outros emergentes, o mercado de ETFs é mais desenvolvido. No México, por exemplo, onde esse produto existe desde 2004, há mais de 400 opções disponíveis.

Já nos EUA, o setor contava com quase 1.300 opções até abril deste ano, segundo a consultoria inglesa ETFGI. No mundo, são 5.241, que representam US$ 2,49 trilhões --dos quais US$ 1,76 trilhão apenas nos EUA.

Outro entrave aos ETFs é a dificuldade de vender as cotas. Enquanto o BOVA11 registrou 391.770 negócios no acumulado do ano até abril, com aumento de 31% ante o mesmo período de 2013, de acordo com a Bolsa, outros fundos nem sequer tiveram uma negociação por dia.

É o caso do MILA11 --que segue o índice MidLarge Cap, de empresas com maior capitalização.

Para minimizar esse problema, há a figura do formador de mercado --corretoras cuja função é fornecer preços justos de compra e de venda durante todo o pregão.

Para Clemens Nunes, professor de economia da FGV (Fundação Getulio Vargas), a forma de tributação é outro entrave à aplicação.

Enquanto no mercado acionário há isenção fiscal para quem vender até R$ 20 mil ao mês, nos ETFs isso não ocorre e o investidor precisa pagar 15% sobre o ganho de capital.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página