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Mantega põe a culpa na inflação pelo baixo PIB
Segundo o ministro, a alta de preços afetou negativamente o consumo
Juro bancário em alta foi outro fator apontado por ele para justificar o crescimento de 0,2% no primeiro trimestre
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no primeiro trimestre, de 0,2%, ficou um pouco abaixo da expectativa do governo, que projetava expansão de 0,3%.
Mantega afirmou que os juros mais altos e a inflação causaram a queda no consumo das famílias, o principal componente do PIB pelo lado da demanda.
O combate à inflação por meio das elevações da taxa básica de juros tornaram o crédito bancário mais caro e escasso, reduzindo o poder de compra das famílias.
"Tivemos um crescimento da massa salarial de 4% nos últimos doze meses,e isso nos dá um potencial de consumo que está sendo segurado pelos juros bancários", disse o ministro.
Mesmo assim, Mantega vê como "producente ao crescimento" a estratégia do governo no combate à inflação, com maior esforço monetário --a taxa básica de juros atual está a 11% ao ano--, embora com poucos freios fiscais.
"Os juros são um remédio necessário para conter a inflação. Infelizmente, os efeitos são esses. À medida que a inflação cair, haverá uma retomada do consumo."
Ele também culpou a economia internacional para justificar o baixo crescimento do país no primeiro trimestre.
Para Mantega, a retração da economia mais dinâmica do momento, a dos Estados Unidos, indica ainda uma incerteza no cenário externo.
No primeiro trimestre,o PIB americano encolheu 0,2% ante os últimos três meses do ano passado.
"A Europa também demonstra um crescimento pequeno. O cenário internacional nos foi desfavorável e influenciou o baixo crescimento do primeiro trimestre", afirmou o ministro.
Ele conclui que o segundo trimestre será melhor, com a estabilidade cambial e a volta da confiança nos países emergentes.
"Desde dezembro do ano passado, quando o Fed [BC dos EUA] começou a reduzir os estímulos à economia, houve uma crise de confiança que abalou a Bolsa e o câmbio. Agora, essa volatilidade já foi controlada."
"Os fluxos de capitais e investimentos estrangeiros voltaram", complementou.
Outro argumento utilizado pelo ministro para justificar o baixo crescimento foi a seca atípica do início do ano, que atrapalhou o agronegócio. "Esperamos uma recuperação da produção agrícola no segundo trimestre", disse.
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