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Empresas buscam plano B para a Copa

Segundo especialistas, aumentou procura por plano de contingência para evitar prejuízos decorrentes de protestos

Informalidade ainda é grande e reflete a falta de cultura do brasileiro para planejar ações com controle de execução

JOANA CUNHA DE SÃO PAULO,

O temor de que os protestos anti-Copa possam interromper os negócios movimentou o mercado de gestão de risco e crises corporativas nas últimas semanas, mas a informalidade no planejamento ainda é grande, segundo especialistas no setor.

Cerca de 75% dos departamentos de operações de logística das grandes companhias que atuam no país criaram algum plano de contingência para se proteger de eventuais danos no Mundial, segundo levantamento feito a pedido da Folha pelo Inbrasc (instituto de estudos sobre cadeia de suprimentos).

Quase 30% delas, porém, só investiram em planos informais, sem controle de execução, apesar do grande volume de empresas que já se declararam impactadas direta ou indiretamente pelas manifestações (68%).

Desde o Carnaval, a cada semana, a demanda por consultorias para criação de planos de contingência subiu de 10% a 20%, sempre em relação à semana anterior, segundo a corretora Marsh.

Os executivos brasileiros deixaram o assunto para a última hora, diz Roberto Zegarra, especialista da Marsh.

"Estão correndo atrás. É como na época em que ocorreu o incêndio na boate no Rio Grande do Sul, quando recebemos uma procura enorme por segurança de saída de emergência, em 2013."

Antes do clima anti-Copa, só 11% das empresas tinham plano formal de contenção de crise em grandes eventos, segundo o Inbrasc. As maiores preocupações são transporte e abastecimento (35%), produção (25%) e estoque (18%).

Cresceu também a busca por seguros, segundo Daniel Abreu, responsável por seguro patrimonial na Aon.

"Nossos clientes nos procuraram para conferir se as apólices que já tinham seriam suficientes para eventuais danos. Temos feito ajustes nos limites de cobertura."

Entre os setores mais atingidos, estão shoppings, hotéis, concessionárias, bancos e empresas de transportes.

Ações como flexibilização de horários de funcionários (21%), mudanças em horários de entrega (17%) e rotas alternativas de entrega (17%) são as mais citadas.

Esperando restrições no trânsito, a companhia de logística DHL Express mapeou regiões afetadas, alertou clientes e contratou carros extras para manter o nível de serviço, segundo Amaury Vitor, gerente da empresa.

"Ter planos bem estabelecidos é uma cultura que ainda não existe no Brasil. É comum ter reuniões informais sobre o assunto, mas com pouco resultado em ações controladas", diz Alex Leite, superintendente do Inbrasc.

A baixa experiência ainda resulta em improvisos como tapumes para proteger fachadas. Para a ABGR (que reúne gerentes de risco), não existe ainda um procedimento padrão para enfrentar tumultos.


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