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Chinesa vai ao Maracanã para ganhar país

Maior fabricante mundial de painéis solares, empresa quer usar patrocínio do Mundial para avançar no Brasil

Setor de energia é visto como um microcosmo dos problemas do país asiático, entre eles, as dívidas excessivas

MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL A BAODING (CHINA)

Energia é o que não pode faltar entre os funcionários da empresa chinesa Yingli, a maior fabricante de painéis solares do mundo.

Às 7h30 todos têm que estar a postos para sessões coletivas de kung fu, dança e discussões de grupo.

O traje azul-marinho é o mesmo para todos, mistura de uniforme de operário com farda militar, decorado com a bandeira da China.

Por trás de tudo está Miao Liansheng, 58, fundador e presidente-executivo da empresa. Personificação do "self-made man" chinês, ele construiu um império combinando um faro de negócios apurado e ótimas relações com o poder.

Com estilo bonachão e paternal, Miao está presente em tudo, do design dos uniformes aos pratos servidos nas refeições da empresa.

Os funcionários comentam com orgulho as novas receitas do chefe, muitas com base em carne de burro. É a especialidade de Baoding, cidade natal de Miao e onde fica a sede da Yingli, a 150 km ao sul de Pequim.

O culto a Miao tem até um museu nas dependências da fábrica, onde os operários são levados para conhecer a história da empresa.

Primeira empresa chinesa entre os patrocinadores oficiais da Copa, pela segunda vez seguida, a Yingli aposta no Mundial para aumentar sua presença na América Latina. Só 5% da produção é destinada à região.

Para isso, a Yingli conta com um cartão de visitas poderoso, o Maracanã.

São da empresa os 1.566 painéis solares instalados no estádio da final da Copa. Ela também produziu os painéis da Arena Pernambuco.

Miao diz que quer aproveitar a Copa para aumentar a presença da Yingli no Brasil por meio de parcerias com empresas locais e vê amplo espaço para crescimento, já que a produção é mínima.

MICROCOSMO

Para Miao, a Copa é uma chance de mostrar que o setor de energia solar está pronto para brilhar novamente.

Turbinado por crédito abundante e subsídios do governo chinês, após a crise financeira de 2008, o setor gerou centenas de empresas.

Mas a demanda não cresceu no ritmo esperado e o setor entrou em crise --a Suntech, que já foi a maior do mundo, faliu em 2013.

Não ficou nisso. Em março, uma pequena firma de painéis solares de Xangai deu o primeiro calote corporativo na China desde os anos 1990.

O setor de energia solar passou a ser visto como microcosmo dos problemas que afligem a economia chinesa: excesso de investimento e explosão do endividamento.

Esse é também o caso da Yingli, que, após três anos no vermelho, espera voltar a ter lucro no segundo trimestre.


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