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Mercado MPME

Clubes de venda por assinatura crescem, mas causam receio

Apesar de facilitar gestão, modelo pode exigir que empresa tenha margens de lucro menores a fim de ganhar clientes

Dono de loja on-line de sapatos que fechou em 2013 diz que impostos e logística prejudicam esse tipo de negócio

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

Mesmo após o fechamento da empresa de vendas de sapatos por assinatura Shoes4You, que gerou muita repercussão no mercado de internet em 2013, muitos empreendedores continuam apostando em vender produtos por esse modelo.

Só na base da empresa de pagamentos pela internet Moip, há 2.600 negócios desse tipo, em que os consumidores pagam um valor mensal para receber periodicamente uma cesta de determinado produto.

Segundo o Moip, nos últimos seis meses 48% desses clubes tiveram crescimento de receita maior que 40%.

Igor Senra, 35, presidente da companhia, afirma que esse tipo de negócio deve continuar se multiplicando, mas ainda precisa ser mais bem testado a fim de que se identifique em quais setores funciona.

"Ninguém sabe ainda por quanto tempo um cliente está disposto a ficar com uma assinatura dessas", afirma.

Entre as vantagens de trabalhar com assinaturas, está a maior previsibilidade das entradas e das saídas de dinheiro, diz Solange Oliveira, vice-presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

Também é mais fácil gerenciar estoques: como os empresários sabem quantas unidades vão entregar, não ficam com mercadorias paradas. Eles também podem negociar bons preços com fornecedores, já que compram sempre em grande quantidade.

AQUI, NÃO

Mas há entraves. O empreendedor francês Olivier Grinda, 28, criador da empresa Shoes4You, diz considerar que características do mercado brasileiro tornam as assinaturas de alguns produtos difíceis no país. A companhia tinha entre seus investidores Romero Rodrigues, presidente do Buscapé, e os fundos de capital de risco Red Point e IG Expansion,

Grinda diz que um dos principais desafios era aumentar o número de assinantes, o que implicava reduzir preços e trabalhar com margens de lucro pequenas.

"Quando você procura um cliente para vender uma Coca-Cola, pede R$ 5. Quando pede a ele que compre por dez meses, são R$ 50. É quase como conhecer uma mulher hoje e pedir para sair com ela por dez meses."

Segundo Grinda, essa dificuldade não é tão grande em outros países, nos quais a rentabilidade dos produtos não é tão comprimida por tributos e custos com logística.

Outra dificuldade do empreendedor foi lidar com cancelamentos de assinaturas logo após o recebimento dos primeiros itens. Como assinar era mais barato que comprar só um sapato, alguns clientes usavam o site apenas para conseguir descontos.


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