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Indústria cai 0,3% em abril e pode fechar este ano em retração

Fraco desempenho de máquinas e equipamentos para construção prenuncia redução nos investimentos

Queda atingiu 70% dos itens pesquisados; Copa elevou produção de bebidas alcoólicas, refrigerantes e TVs

PEDRO SOARES DO RIO

Diante do pessimismo de empresários, inflação alta e juros elevados, a indústria crescerá pouco neste ano e sentirá o efeito de uma economia fraca e um consumo menor, preveem analistas.

Com alguma sorte, a ajuda da Copa e uma aceleração ainda incerta no segundo semestre, dizem, sua produção conseguirá avançar, no máximo, 0,5% neste ano. O IBGE divulgou nesta segunda o dado de abril: frente a março, a indústria manteve a tendência de retração e caiu 0,3% --em linha com as projeções.

Em relação a abril de 2013, o setor registrou forte queda de 5,8%, a maior desde setembro de 2009, quando a indústria sofria os efeitos da crise global daquele ano.

Para analistas, o pior sinal da pesquisa de abril, que sofreu com menos dias úteis e uma base elevada em igual mês de 2013 (alta de 9,9%), foi que o segundo trimestre já começou em baixa.

Tal movimento fez bancos e consultorias revisarem para baixo suas previsões para o setor --o que terá reflexos no PIB. A LCA passou a estimar uma queda de 0,3% da indústria em 2014 --estimava alta de 1,7%. A Rosenberg & Associados diz que, "sob um pano de fundo pouco animador", a projeção foi reduzida de 1% para 0,2%.

Thaís Marzolla Zara, da Rosenberg, afirma que não está descartada uma queda da produção. "O consumo está muito fraco, o mercado de trabalho mostra piora, e muitos ramos de peso vão mal, como veículos."

De março para abril, alguns ramos tiveram um desempenho mais favorável, como alimentos e bebidas (2,6%) e a fabricação de TVs, impulsionados pela Copa. Ao todo, porém, houve queda de produção em 70% dos itens industriais pesquisados.

"A Copa deve ser ruim para a maioria dos setores, que até marcaram férias coletivas durante o evento para ajustar estoques", diz Zara.

André Macedo, gerente do IBGE, diz que o efeito da Copa é limitado e, no caso dos alimentos, não inverte o saldo negativo dos meses anteriores. Já bebidas tradicionalmente se beneficiam, com maior consumo de cerveja.

No caso das TVs, dados do varejo já mostram que o "efeito Copa" ficou para trás, uma vez que muitos consumidores anteciparam compras.

INVESTIMENTO

A preocupação de analistas está centrada no fraco desempenho dos bens de capital, itens como máquinas e equipamentos para construção, energia, agropecuária e indústria e veículos para o transporte de cargas (como caminhões).

Essa categoria é o termômetro dos investimentos, que se deterioram a cada divulgação da indústria. Em abril, a produção de bens de capital despencou 14,4% na comparação com igual mês de 2013.

Para o Bradesco, o número sugere uma nova retração dos investimentos no PIB do segundo trimestre: "O fraco desempenho da produção de bens de capital e insumos típicos da construção civil [areia, cimento e outros] aponta para a persistência do comportamento desfavorável dos investimentos".


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