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Instituição precisará vencer o mau humor global

SOFIA FERNANDES DE BRASÍLIA

É como se fossem cinco homens com pouca coisa em comum, mas muito altos, que decidem se juntar para jogar basquete.

Assim uma fonte do governo brasileiro definiu os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A união ocorreu em 2009, logo depois da derrocada do Lehman Brothers, como alternativa aos órgãos internacionais existentes.

O desafio dos cinco grandalhões --tão distintos, mas com tantos problemas em comum-- será emplacar o projeto do banco dentro do atual quadro de mau humor em relação aos mercados emergentes e de erosão de seus ambientes econômicos.

Para fazer o banco valer a pena, os países terão de se comprometer a uma gestão eficiente, que permita que o banco tenha uma classificação de risco de crédito --o chamado "rating"-- maior que o dos países-membros, afirma o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Márcio Cozendey.

Ele explica que, dessa forma, é possível ter um custo baixo de captação de recursos no mercado, o que permitirá empréstimos baratos.

A proposta, segundo Cozendey, é que o banco tenha um secretariado "enxuto".

Os presidentes e as comitivas desse time, que reúne 42% da população mundial, se encontrarão em Fortaleza de 15 a 16 de julho para a cúpula do bloco. Devem assinar, então, o acordo para criação de um banco de financiamento de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento.

A ideia do banco de desenvolvimento dos Brics surgiu em 2012, num momento de repique da crise financeira internacional.

As instituições multilaterais, como Banco Mundial e FMI, haviam tido expansão de capital no auge da crise. Com a sinalização dos países desenvolvidos --os maiores acionistas dessas instituições-- de que não injetariam mais recursos tão cedo, os cinco países viram que havia um espaço a ser preenchido.

As carências em infraestrutura e de crédito permanecem, mas o cenário econômico mudou muito desde 2012.

Vários desses países tiveram forte desvalorização das moedas, como Brasil e África do Sul, que também enfrentam um aumento do rombo nas transações de bens e serviços com o exterior.

O Brasil tem enfrentado também desaceleração da produção e aumento dos gastos, combinação fiscal preocupante, ainda mais com crédito caro e escasso, e incertezas por conta das eleições.

O governo brasileiro não se candidatou a abrigar a sede do banco por se tratar de ano eleitoral e pelo incremento nos gastos públicos que uma sede representaria.

A China está lutando para conter o endividamento público e conseguir uma taxa de crescimento ao redor de 7%, pouco se comparado às taxas de dois dígitos de anos atrás.

A economia da Índia também perdeu fôlego, e a inflação supera 8% ao ano --mais que a brasileira, de 6%.

A Rússia vive risco de estagnação e sofre as consequências das sanções impostas após a anexação da Crimeia, território ucraniano.


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