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Obra da usina enfrenta outros problemas
DE SÃO PAULOO ofício da Norte Energia S.A. (Nesa) à Aneel propondo novo cronograma para Belo Monte não faz referência a algumas dificuldades técnicas enfrentadas pelo Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), grupo de grandes empreiteiras --como Andrade Gutierrez, Odebrecht e Camargo Corrêa-- formado para tocar a obra.
Uma das mais graves foi nas fundações dos diques 8A e 8B. Debaixo deles se encontrou um tipo de rocha porosa (arenito), e não o esperado migmatito (semelhante ao granito e, como ele, impermeável).
Os diques são barreiras de terra (argila) e rocha que fecham as partes baixas do terreno onde se formará o lago, portanto não pode haver vazamentos por baixo deles. Foi preciso alterar o projeto das fundações, mas os engenheiros do CCBM afirmam que a modificação não implica riscos para os diques nem para o reservatório.
Outra dificuldade da Nesa se encontra no Ibama (Instituto Brasileiros do Meio Ambiente). Para encher os reservatórios nos prazos originais, a empresa necessitaria de uma licença de operação do órgão até o final deste ano.
Como várias obras e compensações previstas no processo de licenciamento atrasaram, é forte a pressão entre técnicos do Ibama e organizações sociais para que a licença não seja concedida antes do cumprimento das condicionantes. Não se descartava, contudo, que a agência tomasse uma decisão política e autorizasse o enchimento. (ML)