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PIB fraco faz governo valorizar área social

Orientado por Lula e de olho na eleição, discurso de Dilma e ministros deve dar ênfase ao avanço da renda e do emprego

Ministro foi escalado para doutrinar alto escalão a valorizar aspectos sociais da atual administração

SOFIA FERNANDES TAI NALON NATUZA NERY DE BRASÍLIA

A sequência de más notícias na área econômica do governo provocou uma mudança no discurso oficial de toda a equipe ministerial da presidente Dilma Rousseff.

Com o crescimento pífio da economia, inflação persistentemente alta e contas fechadas à base de manobras fiscais, o Planalto determinou que fossem valorizados aspectos da área social, trunfo eleitoral do PT nas últimas eleições, como os avanços na distribuição de renda e no bem-estar do brasileiro, em detrimento de projeções de índices econômicos.

A recomendação veio do ex-presidente Lula, que, em reunião recente, orientou a sucessora a "não cair na armadilha de discutir crescimento" com os adversários, num claro sinal de que o assunto é incômodo.

No lugar do PIB, Lula sugeriu a Dilma dar ênfase a emprego e renda.

Para doutrinar o alto escalão com essa linha de defesa, o governo escalou um dos seus especialistas: o ministro Marcelo Neri (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

Há pouco mais de um mês, coube a Neri instruir todos os ministros de Dilma com dados sobre a redução da extrema pobreza, o crescimento da renda, a queda na desigualdade e até indicadores subjetivos, como o nível de felicidade do povo.

A valorização de aspectos sociais se dá desde os primeiros momentos do governo, pelo fato de que eles são o fim de toda política econômica, diz Neri. "A macroeconomia é a defesa, e o social, o ataque."

Segundo ele, há um descolamento claro entre indicadores econômicos e sociais. O PIB e a renda dos mais pobres, por exemplo. Esta cresceu cinco vezes mais do que aquele, afirma Neri.

Um dos indicadores preferidos da presidente é o que dimensiona o índice de bem-estar social. Criado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), é resultado da renda per capita multiplicada pela renda dos 20% mais pobres dividida pela renda dos 20% mais ricos.

Segundo o governo, a variação anual da renda cresceu em média 3,5% desde 2005. Mas a previsão de crescimento da economia para este ano, segundo o mercado, é de 1,2%. O governo projeta crescimento de 2,3% para 2014. Já o crescimento médio do PIB sob Dilma é de 2%.

O problema, no entanto, é que os dados avalizados pelo Planalto, retirados da Pnad 2012 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), omitem que há uma interrupção, a partir daquele ano, da queda da desigualdade. Fato é que a remuneração dos mais ricos cresceu num ritmo superior à dos mais pobres.


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