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Crise 'redesenha' economia americana

EUA vivem contraste entre setores em alta, como biotecnologia, e outros que penam para recuperar empregos perdidos

Apesar de recessão, americano conseguiu manter 'pequenos luxos', como pet shop e salão de manicure

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

Os EUA conseguiram, em maio, finalmente recuperar os quase 9 milhões de postos perdidos na crise econômica iniciada no fim de 2007, mas, passados mais de seis anos do início dos problemas, houve um "redesenho" da maior economia mundial.

Indústrias ligadas ao setor de construção viram seus postos serem reduzidos em mais de 40% no período, sem qualquer sinal animador de recuperação. Algo semelhante ocorreu com o setor imobiliário, que em abril ainda tinha 1 milhão de vagas menos que no início da crise.

Se, com a recessão, a situação piorou para essas indústrias, houve, por sua vez, uma aceleração da geração de empregos em outras áreas (energia e saúde, por exemplo) e benefícios para setores com menores salários.

"Aquelas indústrias que tiveram um boom no período anterior à crise, como a de construção, geralmente têm um desempenho pior durante a recuperação. Mas desta vez foi um pouco exagerado", diz o economista Mark Calabria, do Instituto Cato.

O setor de construção, epicentro da crise, emprega hoje 1,9 milhão de trabalhadores menos que em 2006.

Contra os baixos números de emprego do setor imobiliário, a Associação Nacional de Corretores (NAR) apresenta um aumento na renda anual média de seus trabalhadores: de US$ 34,9 mil(R$ 78 mil) em 2011 para US$ 47,7 mil (R$ 107 mil) em 2013.

"Alguns tipos de emprego não voltarão tão rápido, mas a carreira de corretor tem se tornado atraente para algumas pessoas", diz Jessica Lautz, gerente da associação.

Levantamento do "New York Times", com 255 indústrias, mostrou ainda que, para algumas delas, a crise acelerou a perda de vagas que estava já em curso. Atividades de livrarias e editoras de jornais e revistas, por exemplo, perderam, juntas, 400 mil vagas desde o início da crise.

Os números contrastam com os de empresas de conteúdo de internet, que junto com prestadores de serviço de busca, como o Google, se expandiram em quase 60%.

BOM DESEMPENHO

Na área de energia, grande parte das indústrias não só se recuperou como ainda cresceu mais que no pico anterior à crise. As vagas em empresas de extração de petróleo e gás, por exemplo, subiram de 154 mil, no fim de 2007, para 209 mil postos, em abril.

Houve ainda expansão de vagas em setores que pagam menos, como restaurantes "fast food" (com renda anual média de US$ 22 mil, cerca de R$ 50 mil), estacionamentos e lojas de conveniência.

Contudo, áreas como pesquisa em biotecnologia, com salários de US$ 92 mil, e desenvolvimento de software, com salários de US$ 100 mil, também tiveram um aumento no número --justificado, segundo especialistas, pela alta demanda dos serviços.

Um dado, porém, chama a atenção: em meio à recessão, "pequenos luxos" foram mantidos pelos consumidores americanos, garantindo a expansão de salões de manicures e pet shops.


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