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Países ricos voltarão a liderar em investimento produtivo global

Economia mais fraca nas nações em desenvolvimento diminui atratividade para investidores

Alta do fluxo para os desenvolvidos deve ser o triplo do aumento para os países em desenvolvimento

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Dínamos do crescimento econômico desde a crise de 2008/2009, os países em desenvolvimento, como o Brasil, deverão perder a preferência nos investimentos produtivos globais nos próximos anos.

Depois de se recuperarem mais rapidamente da crise financeira que abateu os EUA e a Europa, os países em desenvolvimento estão vendo suas taxas de crescimento se desacelerarem. Assim, perdem o principal atrativo para esse tipo de investimento, usado para ampliar a capacidade de produção ou para a compra de empresas.

"O que atrai o investimento produtivo é o crescimento. E o Brasil, por exemplo, está crescendo menos do que os EUA", disse Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet (sociedade brasileira de estudos das transnacionais).

A expectativa da Unctad (braço das Nações Unidas para o desenvolvimento) é que os países desenvolvidos voltem a receber mais da metade do investimento produtivo global no ano que vem. Isso não ocorria desde 2009.

O fluxo de recursos para os países ricos deve crescer em velocidade equivalente ao triplo da dos países em desenvolvimento neste ano, prevê a Unctad. Isso ocorre em razão da volta do crescimento em países como os EUA.

Parte desses recursos sairá de empresas de países em desenvolvimento, que pouco a pouco aumentam seus investimentos no exterior. Como a Folha noticiou, o Brasil foi o segundo maior investidor na União Europeia em 2013, com um aporte de € 21 bilhões (R$ 65 bilhões), só atrás dos EUA.

Segundo a Unctad, sai dos países em desenvolvimento um terço do fluxo global de investimento produtivo.

Com a perspectiva de um crescimento menor (1,1% neste ano, segundo analistas ouvidos na pesquisa semanal do Banco Central), o Brasil já sente a redução do interesse.

No ano passado, segundo a Unctad, o país caiu de quarto para quinto principal destino dos investimentos produtivos, atrás de EUA, China, Rússia e Hong Kong.

Neste ano, a perspectiva da Sobeet (que analisa os dados brasileiros para a Unctad) é que o país continue perdendo fôlego no ranking. O próprio BC informou nesta terça-feira (24) que a entrada destes recursos deve recuar de US$ 64 bilhões em 2013 para US$ 63 bilhões neste ano.

Ainda assim, o Brasil continua sendo citado como destino relevante para investidores. Pesquisa da Unctad, com executivos de 164 companhias, mostra que o país é o quinto mais atrativo para investimentos de 2014 a 2016.

"O Brasil pode não ser mais a bola da vez, mas ainda é uma bola", disse Reynaldo Passanezi, diretor da Sobeet.

Para Lima, contudo, a alteração dos fluxos globais sugere que o país deva alterar seu modelo de expansão. Em vez da aposta no crescimento do consumo, que parece limitado, o país deveria focar nas exportações e na infraestrutura.


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