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Queda da produção de veículos faz indústria recuar 0,6% em maio

Setor automotivo encolhe 3,9% no período e acumula retração de 12,5% em cinco meses

Terceiro mês seguido de contração da indústria leva consultorias a esperar um PIB fraco no segundo trimestre

PEDRO SOARES DO RIO

Com orçamento comprimido pela inflação maior, crédito mais restrito e menos otimismo, consumidores já não compram carros novos como antes, mesmo com incentivo oficial do IPI reduzido.

Tampouco empresários, descrentes como o rumo da economia, renovam suas frotas de caminhões e máquinas agrícolas.

O resultado é o acúmulo de estoques nos pátios da montadoras e uma queda da produção do setor de veículos de 12,5% nos cinco primeiros meses de 2014, que empurrou a indústria para a sua terceira queda consecutiva em maio. O tombo do setor no mês foi ainda maior: 20,1% em relação a maio de 2013 e de 3,9% ante abril.

As perdas da indústria foram de 3,2% ante o mesmo mês de 2013 e 0,6% em relação a abril, dados similares aos previstos por analistas.

No ano, o setor fabril acumula perda de 1,6%, segundo o IBGE. Boa parte desse fraco desempenho vem do efeito indireto do setor automotivo, que derrubou ou limitou a produção de sua cadeia de fornecedores --aço, tintas, vidros, borracha, plástico e outros. O peso direto do segmento é de 10% na indústria brasileira.

Para André Macedo, economista do IBGE, há um esgotamento da política de redução do IPI, aliado a menores exportações do setor sobretudo para a Argentina.

A crise do país vizinho, que pode dar novo calote de sua dívida e ter retração de seu PIB, também afeta outros ramos da indústria brasileira.

"Depois de muitos anos, o impacto do IPI já não é mesmo. As pessoas não compram um bem de alto valor sempre, ainda mais num cenário de confiança reduzida de consumidores."

A União deixará de arrecadar R$ 962 milhões no segundo semestre com a prorrogação até o fim dos descontos de imposto. O IPI para veículos, que deveria voltar nesta terça-feira (1º) para sua alíquota cheia (de 4% a 13%, dependo do modelo), continuará entre 3% e 10%.

Economistas questionam a eficácia da medida, já que ela não impulsiona mais a produção automobilística e ainda afeta o já apertado caixa da União, com dificuldades para cumprir a meta de economia para o pagamento de juros da dívida pública.

O tombo do setor de veículos rebate nos investimentos, já que os caminhões são importantes itens dos chamados bens de capital (máquinas e equipamentos).

A categoria cai desde março e somou uma perda de 5,8% no ano.

Outro componente dos investimentos no PIB, a construção, também vive um momento de paralisia, após o boom com as obras da Copa.

O indicador do IBGE que mede o consumo dos insumos do setor (areia, cimento e outros) e é um termômetro do desempenho do segmento registrou queda de 3,9% de janeiro a maio.

No PIB do primeiro trimestre, tanto a construção como os investimentos empurram a economia para baixo.

Tal cenário deve se repetir no segundo trimestre. O Bradesco espera uma queda de até 5% nos investimentos entre abril e junho. O Itaú já projeta uma retração do PIB de 0,2% no período. A LCA espera alta de 0,4%.

Para Sérgio Vale, da consultoria MB & Associados, o Mundial ajudou a construção só até o fim de 2013.


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