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Telefónica já arma sua saída da Telecom Italia

Grupo espanhol, dono da Vivo, negocia venda de suas ações com fundos

Objetivo é deixar de ter conexões com empresa italiana que controla a TIM, o que poderia gerar oposição do Cade

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

A Telefónica, que é dona da Vivo --líder em telefonia no Brasil-- e tem uma participação na Telecom Italia, dona da vice-líder TIM, já se prepara para vender suas ações da operadora italiana.

O objetivo é resolver um impasse no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômico), que não aceita que o grupo tenha participação relevante nas duas empresas do mesmo segmento.

A Folha apurou que os espanhóis já negociam com fundos de investimento. Mas, para dar certo, a transação depende de diversos fatores.

Hoje, a Telefónica não tem as ações da Telecom Italia. Esses papéis estão em posse da Telco, empresa controlada pela Telefónica, com 66% de participação. A Telco é a maior acionista da Telecom Italia, com 22,4%.

Nesta quarta (9), os acionistas decidiram acabar com a Telco. A operação ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores da Itália, do Brasil e da Argentina. Uma vez realizada, cada acionista da Telco receberá suas ações da Telecom Italia, respeitando a participação de cada um.

A Telefónica passará, então, a ter 14,8% das ações da Telecom Italia, tornando-se a maior acionista --e a única com poder para convocar assembleias de acionistas.

Ainda segundo apurou a reportagem, essa transação facilita a saída da Telefónica da operadora italiana, já que será mais fácil vender os papéis da Telecom Italia do que os da Telco, que têm pouco interesse no mercado.

Os espanhóis entraram na Telecom Italia, em 2007, como uma forma de barrar a entrada do bilionário mexicano Carlos Slim na Europa --ele queria comprar um pedaço da Telecom Italia.

Naquele momento, a Telco investiu cerca de € 4 bilhões para dar um "olé" em Slim. Esse investimento foi sendo reduzido à medida que o endividamento da Telecom Italia foi aumentando e, ontem, com o fim da Telco, os acionistas decidiram amargar uma perda de € 584 milhões, gerada pela desvalorização dos papéis desde então.

O problema é que dificilmente a dissolução da Telco terá sinal verde no Brasil, porque, embora ele seja um passo para afastar a TIM da Telefónica, na prática ele agravou a situação no Cade.

ENTENDA O CASO

No ano passado, a operadora espanhola aumentou sua participação na Telco de 46% para 66% e, por tabela, seu poder sobre a TIM (que foi de 7% a 10%, indiretamente). Como consequência: o Cade desaprovou o negócio, determinando que fosse desfeito até junho de 2015.

Para o órgão, a Telefónica não pode ter o controle da Vivo e aumentar sua participação (ainda que indireta) na TIM, a segunda maior.

Por isso, os sócios da Telco enviaram um comunicado na semana passada ao Cade, informando que decidiram acabar com a companhia, mas só comunicarão as autoridades no "momento oportuno", porque a decisão ainda não será implementada.

Os sócios da Telco sabem que não há como pedir anuência do Cade para o fim da empresa sem atender ao pedido anterior do órgão.

Eles acreditam que o Cade poderá impor a venda das ações da Telefónica na Telecom Italia. Não seria preciso vender a totalidade das ações, mas somente a quantidade correspondente aos 20% das ações da Telco adquiridas pela Telefónica no ano passado. Esse dinheiro poderia ser usado na consolidação dos negócios da Telefónica na Alemanha.


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