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Sócia da PT derruba Bolsas globais e atinge ações da Oi
Após conglomerado português não pagar juros de sua dívida, papéis de banco caem 17,2%, e os da operadora brasileira, 14,5%
O conglomerado português Espírito Santo International (um dos donos da Portugal Telecom, a sócia da Oi) não pagou os juros de parte da sua dívida, em movimento que gerou dúvidas sobre o sistema financeiro português, afetou as Bolsas europeias e atingiu ainda as ações da operadora brasileira.
Em Portugal, as ações do Banco Espírito Santo caíram 17%, quando as negociações desses papéis foram suspensas. As ações da Oi (que está em processo de fusão com a Portugal Telecom), por sua vez, se desvalorizaram em 14,5% na BM&FBovespa.
A Bolsa de Lisboa foi a que mais sofreu com a crise de credibilidade de um maiores bancos do país, com queda de mais de 4%, mas todos os grandes mercado europeus tiveram dia de desvalorização --o efeito também foi sentido, em menor grau, nos EUA.
O Ibovespa foi uma exceção entre as grandes Bolsas, com alta de 1,8%, motivada pela especulação de que a derrota no Brasil na semifinal da Copa possa afetar negativamente o desempenho da presidente Dilma Rousseff na eleição de outubro.
ESPÍRITO SANTO
O declínio dos papéis do Espírito Santo reacendeu dúvidas sobre os demais bancos de Portugal, país que recebeu ajuda do FMI em 2011, no auge da crise europeia, quando parecia rumar para um calote da sua dívida.
O Fundo divulgou comunicado em que afirmou que o sistema bancário português conseguiu sobreviver à crise sem grandes transtornos, mas que ainda há "bolsões de vulnerabilidade", que precisam de medidas corretivas.
No centro desses questionamentos está o Espírito Santo Internacional, que recentemente sofreu uma auditoria do BC português que mostrou que houve uma série de irregularidades contábeis na empresa e que ela está em séria condição financeira.
Para tentar melhorar sua situação financeira, o Grupo Espírito Santo (sócio da Portugal Telecom), um dos braços do conglomerado, procura compradores para imóveis no mercado europeu, mas com a possível venda, só conseguiria levantar € 300 milhões neste momento.
Esse valor só paga 35% do "empréstimo" de € 897 milhões concedido, em abril, pela Portugal Telecom para ajudar o Banco Espírito Santo, que também integra a holding --que inclui desde hotéis até hospitais.
Ainda não se sabe como a dívida será paga e isso emperra o processo de fusão da Portugal Telecom com a Oi.
O "empréstimo" não tinha sido informado aos sócios portugueses e brasileiros da PT e afeta o valor da participação da PT na "nova Oi".
NA INTERNET
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folha.com/no1484085
