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Análise

É difícil acertar hora de entrar e de sair de um investimento

Até o investidor profissional comprou na alta e vendeu na baixa

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

As taxas de juros estão em 11%, o maior nível desde outubro de 2011, e a Bolsa zerou as perdas, mantendo alta de 6,4% em 2014. O cenário é benigno, mas os fundos de investimento tiveram o pior primeiro semestre em termos de captação desde 2002, quando Lula foi eleito presidente.

A culpa foi dos investidores que compraram cotas dos fundos de renda fixa e de ações na alta e resgataram na baixa, assumindo perdas pesadas antes da recuperação dos mercados em abril.

Muitos deles aplicaram em fundos de renda fixa em 2012 com os juros no piso histórico de 7,25%, tiveram perdas quando as taxas subiram em 2013 (as cotas são marcadas com valor menor quando isso ocorre) e pediram resgate até março, pouco antes de as taxas de juros darem sinais de que voltariam a cair e as cotas desses fundos subirem.

No semestre, poucas aplicações cobriram as perdas com a inflação --caso da poupança, que rendeu 3,39% no semestre, enquanto o IPCA subiu 3,75%. Fundos de investimento com taxas elevadas de administração, que são quanto o banco cobra para cuidar do dinheiro do cliente, também ficaram devendo.

E a falta de sangue frio para enfrentar as adversidades não foi restrita ao pequeno investidor. Os resgates mais pesados em 2014 foram de investidores profissionais: fundos de pensão, family-offices, seguradoras e até bancos.

Uma ressalva deve ser feita para a previdência privada que, diante do mesmo quadro, manteve um saldo de R$ 11,6 bilhões, já descontados os resgates. Como um todo os fundos tiveram aplicações de R$ 1,9 bilhão no 1º semestre; no mesmo período de 2013, o saldo era de R$ 103,6 bilhões.

"O investidor da previdência aprendeu a ter uma visão de mais longo prazo. Mas a maioria ainda precisa se educar para para não comprar na alta e sair na baixa", disse Carlos Massaru, vice-presidente da Anbima (associação do mercado de capitais).

Cético com a questão do timing, o administrador de investimentos Fabio Colombo desistiu de tentar encontrar o melhor momento de comprar e de resgatar uma aplicação. "É muito difícil acertar. Depois de muito estudar, acabei optando por comprar sempre em pequenas frações quando sinto que o preço está baixo, fazendo um preço médio de entrada. Faço a mesma coisa na hora de sair, obtendo o preço médio mais favorável possível", disse.

A técnica do preço médio funciona bem para comprar dólar. Quem precisa de US$ 6.000 para as férias daqui seis meses pode comprar US$ 1.000 por mês até lá. Se a moeda, hoje em R$ 2,23, for para R$ 2,50 a pessoa terá comprado vários lotes com taxas menores. Já se o dólar descer para R$ 2, também se beneficiará dessa cotação nos últimos lotes.


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