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Google omite 'humilhação' em textos de 7x1 do Brasil

Google Trends adaptou conteúdo no país para evitar sentimento negativo

Serviço funcionou com 'redação experimental' que buscava tendências mais 'para cima' entre conteúdo viral na Copa

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

Uma unidade do Google escondeu notícias e textos considerados muito "negativos" ou "humilhantes" sobre a derrota da seleção brasileira por 7 a 1 contra a Alemanha.

Em uma chamada "redação experimental" da gigante da internet, uma equipe de cientistas, tradutores e redatores adaptou conteúdo surgido durante a Copa do Mundo que poderia ser "viralizado" (compartilhado rapidamente) nas redes sociais.

No serviço "Google Trends" em português, textos sobre "humilhação" ou "vergonha" (termos entre os mais pesquisados no Google brasileiro no fatídico 8 de julho do jogo) não foram listados.

Segundo a jornalista Aarti Shahani, da rádio pública americana NPR, que visitou a Redação do Google em San Francisco, a equipe decidiu não publicar textos sobre os termos mais pesquisados porque eram "muito negativos".

"Vamos esperar até surgir uma tendência mais para cima", disse Tessa Hewson, da redação do Google, à NPR.

No mesmo dia, o serviço em alemão do Google registrava recorde nas pesquisas com perguntas sobre "qual foi o maior número de gols em uma partida de Copa do Mundo". Ao contrário do que aconteceu no Brasil, conteúdo sobre essas buscas foi produzido para o Google Trends.

SAL NA FERIDA

Questionados sobre a manipulação, um dos redatores do Google, Sam Clohesy, disse à NPR que não valia "jogar sal nas feridas" e que "uma história negativa sobre o Brasil não ganharia muita tração nas mídias sociais".

O consultor de mídia Ken Doctor afirmou que o experimento não poderia ser chamado de "redação" ou "noticioso". "Os melhores jornalistas operam redações sem medo nem favorecimento, e certamente sem seguir diretrizes para fabricar sorrisos".

Recentemente foi revelado que o Facebook conduziu um estudo com duas universidades sobre o efeito de conteúdo negativo sobre o humor dos usuários da rede social. Sem se desculpar pelo teste, Sheryl Sandberg, número 2 da empresa, disse que o estudo "não foi bem explicado".


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