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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON mauro.zafalon@uol.com.br

Indústrias ameaçam não comprar nova soja da Monsanto

Após uma longa espera para colocar no mercado a soja Intacta RR2 --desenvolvida para o mercado brasileiro-- e ultrapassar várias barreiras, tanto internas como externas, a Monsanto encontra mais um obstáculo pelo caminho.

Desta vez, as indústrias compradoras alertam os produtores que não é certo que vão comprar essa soja.

O alerta vem da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), entidade que congrega as indústrias que adquirem soja para gerar óleo, farelo e também exportar a matéria-prima.

Devido a uma especificidade da lei brasileira, o produtor pode guardar parte da semente produzida para plantar na safra seguinte.

Quando isso acontece, e a semente salva (guardada de um ano para o outro) tem alguma modificação genética, ele tem de pagar royalty antecipado para a empresa detentora dessa cultivar ou pagar os direitos de utilização da tecnologia ao entregar a soja nas cooperativas, indústrias, tradings ou cerealistas.

Se o produtor não declarar que a semente salva é derivada de uma tecnologia específica, a receptora faz o teste para a verificação se ele deve ou não recolher o royalty.

Esse sistema já era assim com a soja RR, e a Monsanto remunerava as receptoras por esse serviço.

"É um contrato de prestação de serviço. Isso ajuda até para que haja pagamento do royalty, o que é justo porque a tecnologia é um benefício para o próprio produtor", diz Fábio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove.

A Monsanto quer incluir nesse sistema, no entanto, uma cláusula de licenciamento também para as compradoras de matéria-prima.

A indústria não concorda porque a tecnologia é utilizada apenas na área agrícola. "Compramos matéria-prima e não temos nada o que fazer com essa tecnologia", diz Trigueirinho. Seria como um consumidor comprar um carro e a empresa que desenvolveu o freio ABS fazer uma nova cobrança pela tecnologia que está sendo utilizada no veículo, segundo ele.

"O carro já foi produzido lá atrás e isso tem de ser ajustado durante a cadeia produtiva", afirma. A Abiove promete manter o produtor informado sobre as negociações com a Monsanto.

Glauber Silveira, produtor e da Câmara Setorial da Soja, diz que esse impasse precisa ser equalizado. O produtor precisa ter tranquilidade para plantar e vender seu produto. "Queremos legalidade, tanto no pagamento pela tecnologia como na hora de vender nosso produto."

Essa discussão veio à tona porque esse é o segundo ano de plantio comercial da Intacta --a tecnologia que substitui a soja RR-- e, portanto, o produtor já poderia ter salvo semente própria com essa nova tecnologia.

O impasse, com certeza, deverá ser resolvido entre compradores e Monsanto. Se não for, o produtor --que pagou pela semente-- deverá entrar nas discussões para buscar seus direitos.

Consultada, a Monsanto diz que vai se posicionar nesta quinta (17) sobre o tema.

Avicultura A produção de carne de frango subiu para 6,1 milhões de toneladas no primeiro semestre deste ano. O consumo interno foi de 4,2 milhões de toneladas, enquanto as exportações somaram 1,9 milhão.

Suinocultura Já a produção de carne suína atingiu 1,4 milhão de toneladas no período, segundo a Abpa (Associação Brasileira de Proteína Animal).

Consumo Dessa produção, 1,2 milhão foi consumido no mercado interno, enquanto as exportações subiram para 236 mil toneladas.

Receitas As vendas de carne de frango renderam US$ 3,7 bilhões no ano. As de suínos, US$ 699 milhões.

ALUMÍNIO
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CACAU
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Ontem, em Nova York


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