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Economia esfria mais e preocupa Dilma

Equipe econômica já tinha cenário de queda na atividade, mas acreditava que efeitos mais negativos ainda tardariam

Mercado de trabalho volta a piorar, mas governo acredita que efeitos não serão fortes antes de setembro

VALDO CRUZ EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

A safra de dados econômicos negativos divulgados nesta quinta-feira (17) gerou preocupação no governo Dilma. A equipe econômica já trabalhava com uma queda no crescimento da economia, mas avaliava que os efeitos mais negativos seriam sentidos depois de setembro.

Mas os sinais foram os de que a redução no ritmo da economia pode estar mais acentuada do que o esperado nos meses que antecedem as eleições deste ano.

Agora, a ordem é monitorar os próximos meses.

Nesta quinta, foram divulgados três dados preocupantes, reforçando previsões de que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 crescerá apenas um pouco acima de 1%, ante os 2,5% do ano passado.

Primeiro, o indicador de atividade econômica calculado pelo Banco Central (IBC-Br) registrou em maio o pior desempenho dos cinco primeiros meses do ano, uma retração de 0,18% na comparação com abril. A queda foi puxada pelo fraco desempenho da indústria e do comércio.

Em segundo, o Ministério do Trabalho informou que a criação de empregos formais foi a menor para um mês de junho desde 1998 --foram geradas 25.363 vagas. No primeiro semestre, foram 588.671 novos postos com carteira assinada, menor saldo para esse período do ano desde 2008 (397.936 vagas).

Por fim, o setor de serviços, segundo dados do IBGE, registrou em maio a segunda menor taxa de crescimento na série do instituto.

Sem descontar a inflação, o faturamento cresceu 6,6% na comparação com maio de 2013, maior apenas do que os 6,2% de abril. Considerando a inflação em 12 meses, o avanço foi quase nulo.

A expectativa é que a Copa tenha impulsionado o setor em junho e julho. O problema é que a indústria tende a piorar no período exatamente por causa do torneio.

Analistas avaliam que a economia possa esfriar ainda mais em junho. A consultoria LCA espera queda de 1,5% em relação a maio no indicador do BC. A consultoria Rosenberg também afirma ser provável recuo próximo de 1%.

Na avaliação de assessores presidenciais, o ponto mais fraco da candidata Dilma Rousseff é o desempenho da economia, daí o temor com uma maior deterioração.

Na inflação, há um certo alívio, com o recuo dos preços de alimentos nos últimos meses, que será sentido pelo eleitor e deve influenciar no seu humor. O problema está no ritmo da economia, que está sendo afetado pela baixa confiança de empresários e consumidores.

O governo ainda aposta que a piora no mercado de trabalho não será tão forte antes de setembro, reduzindo eventuais impactos negativos para a presidente.

A dúvida é sobre a conta negativa do pós-Copa. A indústria seguirá demitindo, mas ainda não é possível avaliar como serão as demissões de trabalhadores temporários contratados para o torneio.

O ritmo fraco da economia foi determinante para que na quarta (16) o BC mantivesse inalterada a taxa de juros, em 11% ao ano.

No mercado, já há especulações de que o BC poderia reduzir os juros nas próximos reuniões. Mas, neste momento, a equipe presidencial avalia que, se o ritmo da economia preocupa, o maior inimigo da candidata Dilma na eleição é a inflação.


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