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Microsoft anuncia corte de 18 mil vagas
Demissões, que correspondem a 14% do total de funcionários, são a 1ª primeira grande medida de novo presidente
Companhia disse não ter informação sobre impacto no Brasil, mas afirmou que produção em Manaus terá reforço
A gigante de software americana Microsoft anunciou nesta quinta-feira (17) uma reestruturação em que cortará cerca de 18 mil postos de trabalho como parte da integração com a recém-adquirida unidade de aparelhos móveis da finlandesa Nokia.
Com a reestruturação, haverá um reforço da produção realizada em Manaus.
O corte, equivalente a 14% do total de funcionários e o maior nos 39 anos da companhia, é a primeira grande medida tomada pelo novo presidente-executivo da empresa, Satya Nadella, que assumiu o comando em fevereiro. Em 2009, no maior corte até então, a Microsoft havia demitido 5.000.
Apesar das demissões, o executivo afirma que outras áreas consideradas estratégicas pela companhia estão contratando.
"Minha promessa a vocês é que nós passaremos por esse processo da forma mais transparente possível", disse Nadella em comunicado aos funcionários.
"Pretendemos ter menos camadas de gerenciamento, tanto verticais quanto horizontais, para acelerar o fluxo de informações e a tomada de decisão", acrescentou.
Nadella tem o desafio de mudar a estrutura da companhia, tornando-a mais ágil na competição com rivais para oferecer serviços e softwares para dispositivos móveis e que estão na "nuvem" --em que os programas não ficam instalados no computador do usuário, mas, sim, em um servidor que é acessado via web.
Nos últimos anos, a Microsoft chegou "atrasada" em relação a seus concorrentes em vários produtos, com mais fracassos (como o Zune, rival do iPod) ou sucesso limitado (caso do Bing, que disputa com o Google) do que sucessos estrondosos.
CORTES
A maior parte das demissões será fruto fruto de "sinergias" e "alinhamento estratégico" na integração da unidade da Nokia, com eliminação de 12,5 mil vagas.
A divisão foi adquirida pela Microsoft há alguns meses por US$ 7,2 bilhões, elevando o quadro de funcionários da Microsoft em um quarto, para 127 mil pessoas.
Quando fechou o negócio, a Microsoft afirmou que cortaria US$ 600 milhões por ano em custos em 18 meses após a aquisição.
Procurada, a operação da empresa no Brasil respondeu que o plano de reestruturação da Microsoft é uma "ação global", mas que "não tem informações sobre o impacto por país para compartilhar nesse momento".
Operações de fabricação e manutenção serão alocadas no Brasil (Manaus) e no México, segundo Stephen Elop, vice-presidente do braço de dispositivos móveis da companhia. Novas informações sobre investimentos serão divulgadas no dia 22.
MICROSOFT/2014
FATURAMENTO US$ 20,4 bilhões (3º tri fiscal, fechado em março)
LUCRO LÍQUIDO US$ 5,6 bilhões
NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS 127 mil
DÍVIDAS DE LONGO PRAZO US$ 20,6 bilhões
PRINCIPAIS CONCORRENTES Apple, Google e Samsung
