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Bolsa chega ao maior nível em 16 meses

Estatais dispararam na Bovespa após Datafolha mostrar empate técnico no segundo turno entre Dilma e Aécio

Especulações políticas devem continuar afetando mercado de ações até outubro, dizem especialistas

ANDERSON FIGO DE SÃO PAULO

As ações de estatais dispararam na BM&FBovespa e impulsionaram o principal índice da Bolsa brasileira nesta sexta-feira (18), após pesquisa Datafolha ter apontado empate técnico entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB) em um segundo turno da eleição presidencial de outubro.

O Ibovespa teve ganho de 2,47%, para 57.012 pontos --a mais alta pontuação desde 14 de março do ano passado.

O resultado agradou ao mercado, que tem dado sinais de insatisfação com a gestão das estatais pelo atual governo e com medidas intervencionistas em diversos setores importantes da economia.

A ação preferencial da Petrobras, sem direito a voto, teve alta de 4,91%, a R$ 20,52, enquanto o Banco do Brasil subiu 2,65%, para R$ 28,23. E os papéis ordinários --com direito a voto-- da Eletrobras, mais negociados, ganharam 6,2%, subindo para R$ 6,85.

Com 36% das intenções de voto na simulação de primeiro turno, Dilma manteve a liderança da disputa pelo Planalto, mas, pela primeira vez, Aécio apareceu tecnicamente empatado com ela no teste de segundo turno.

Desde que começaram a ser divulgadas pesquisas apontando perda de espaço da presidente Dilma na corrida pelo Planalto, em março, o mercado de ações nacional, que caía e acentuava a queda iniciada em 2013 (de 15,5%), mudou de tendência. Até sexta, o Ibovespa acumulava alta de 10,7% no ano.

O volume financeiro no último pregão da semana foi de R$ 10,143 bilhões --quase o dobro da média diária do mês, de R$ 5,115 bilhões, e o maior desde 22 de abril.

O levantamento também pesou sobre o mercado de câmbio, uma vez que o maior otimismo entre os investidores reduziu a demanda por ativos considerados mais seguros, como a moeda americana, e aumentou a procura por risco, como a renda variável, segundo operadores.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, cedeu 0,27% sobre o real, para R$ 2,235 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve desvalorização de 1,37%, para R$ 2,228.

AVALIAÇÕES

Para Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora, o mercado esperava que Dilma fosse perder pontos após o término da Copa, mas o empate técnico com Aécio surpreendeu.

"Há dúvida se o superavit primário projetado para o ano será alcançado, o consumo caiu, a indústria está enfraquecida e empresários estão com receio de investir", afirma, descrevendo pontos do governo que são mal avaliados pelo mercado.

Para Rogério Oliveira, especialista em Bolsa da Icap do Brasil, as especulações políticas devem continuar pautando a Bolsa até outubro.

"Para ambos os lados: se a Dilma cair nas pesquisas, a Bolsa sobe; se ela subir, a Bolsa cai", afirma Oliveira.

Como tem ocorrido nos últimos meses, o especialista considera que as estatais serão as mais afetadas, por estarem diretamente ligadas à política que será adotada pelo governo eleito.


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