Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Bancos veem impacto 'marginal' no crédito

Concessão de empréstimos esbarra em falta de confiança de empresas e consumidores por assumir nova dívida

Federação dos bancos espera impacto maior em financiamento a pequenas empresas e projetos de longo prazo

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

Com o potencial de liberar mais de R$ 45 bilhões para o crédito, as medidas anunciadas pelo BC terão impacto marginal para estimular os financiamentos em 2014.

Embora o BC tenha reduzido a parcela de dinheiro que os bancos mantêm praticamente parado (depósitos compulsórios e exigências de capital para o risco dos empréstimos), as empresas engavetaram os projetos de expansão (e a necessidade de financiamento) devido à desaceleração econômica e à indefinição eleitoral.

Os consumidores também estão reticentes em assumir novas dívidas, temendo perder o emprego ou sofrer uma redução na renda. Finalmente, os bancos costumam ver esse cenário como de alto risco de calote para conceder novos empréstimos.

Na avaliação de Luiz Trabuco, presidente do Bradesco, as medidas não são suficientes para reverter o quadro de desaceleração do crédito em 2014. "Essas medidas não transformam a realidade do dia para a noite. São importantes para começar a romper o ciclo vicioso de previsões negativas. Cria uma agenda positiva", disse.

O Bradesco calcula que as medidas liberam mais de R$ 16 bilhões para novos empréstimos: R$ 10 bilhões com a otimização das exigências de capital para o risco dos empréstimos e mais de R$ 6 bilhões com o compulsório.

O presidente do Itaú, Roberto Setubal, também elogiou as medidas anunciadas pelo BC, que, segundo ele, tornam as exigências de capital mais consistentes com o risco dos empréstimos, especialmente os mais longos.

"Vejo de forma positiva, pois criam condições de aumentar o crédito em segmentos em que a liquidez [disponibilidade de recursos] estava menos folgada."

"A sinalização do BC é muito boa porque reconhece que há um dinheiro que poderia ser mais bem aproveitado pelos bancos. Mas impacto, se tiver, será muito pequeno. Tem que fazer muito mais coisas para estimular a demanda pelo crédito", diz Luiz Troster, especialista em bancos.

"As medidas devem ter um impacto limitado no crescimento do crédito, uma vez que a desaceleração recente nos empréstimos resulta da percepção dos bancos de aumento de risco da desaceleração econômica e de aumento do desemprego", escreveu o americano Goldman Sachs, em relatório aos clientes.

Murilo Portugal, presidente da Febraban (federação dos bancos), acredita que o impacto maior será no financiamento a pequenas empresas e projetos de longo prazo.

A reivindicação de que o BC liberasse dinheiro desnecessariamente preso para cumprir exigências de capital já vinha sendo feita pelos bancos. A liberação só saiu do papel após o BC deixar claro que não deve reduzir os juros, hoje em 11%.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página