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Juros cobrados por bancos são os maiores desde 2011

Inadimplência cai e instituições pagam menos por dinheiro, mas taxa de crédito a pessoa física vai a 43% em junho

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

A taxa média de juros nas operações de crédito ao consumo alcançou em junho o maior valor da pesquisa de crédito do Banco Central, iniciada em março de 2011.

Isso significa que a queda da inadimplência e do custo do dinheiro para os bancos no primeiro semestre não foi repassada ao consumidor.

Os juros do chamado crédito livre para pessoas físicas subiram de 42,5% ao ano em maio para 43,0% ao ano em junho. No final de 2013, a taxa estava em 38% ao ano.

Desde dezembro, o "spread" bancário nesse segmento do crédito aumentou 5,5 pontos porcentuais, para 31,3 pontos percentuais. Já o custo do dinheiro para os bancos recuou 0,5 ponto.

O "spread" é a parcela da taxa influenciada por fatores como calotes, tributos, despesas e o ganho das instituições financeiras.

A inadimplência da pessoa física no crédito livre caiu de 6,7% para 6,5% no semestre.

A queda no custo de captação de recursos dos bancos reflete a mudança na expectativa em relação aos juros. O BC já vem sinalizando há alguns meses, e reforçou essa mensagem na semana passada, que não vai mexer mais na taxa básica este ano.

O aumento dos spreads tem se dado nas linhas de maior risco para os bancos. Entre as taxas em que os juros mais subiram desde o fim de 2013 está o cheque especial, que passou de 147,9% para 171,5% ao ano. O crédito pessoal sem desconto em folha de pagamento avançou de 86,1% para 100,3% ao ano.

Nas linhas com risco menor e mais concorrência entre os bancos, por outro lado, as taxas ficam praticamente estáveis no período.

É o caso do financiamento de veículos (23%) e do crédito com desconto em folha (consignado), que está em 23,6% para servidores públicos, 27,9% para beneficiários do INSS e 32,4% para trabalhadores do setor privado.

DESACELERAÇÃO

De acordo com o BC, depois do ciclo de aperto da política monetária que levou a taxa básica (Selic) a 11% ao ano, o cenário agora é de acomodação do juro bancário em um patamar mais alto.

Juros maiores e queda na demanda dos consumidores estão entre os fatores que seguraram o crescimento do crédito ao consumo (o chamado crédito livre para pessoas físicas) neste ano.

O saldo desses empréstimos aumentou 6% nos 12 meses até junho, metade do registrado há dois anos. É a primeira vez desde 2003 em que o crescimento fica abaixo da inflação nessa comparação.

O estoque total de operações, que inclui empréstimos com taxas livre e controladas, para pessoas físicas e empresas, cresceu 11,8% em 12 meses, menor taxa da pesquisa do BC iniciada em 2011.

O que impediu a desaceleração maior do crédito são os empréstimos com juros subsidiados com dinheiro dos contribuintes e da poupança, como financiamentos do BNDES a empresas, compra de imóveis e crédito rural.


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