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Disputa por venda de tablets vira 'vale-tudo'

Com preços imbatíveis, fabricantes nacionais que ganharam mercado são alvo de denúncias de gigantes do setor

Concorrentes dizem que produtos seriam piores que os certificados pela Anatel; empresas negam irregularidades

JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO

A disputa pelas vendas de tablets virou um vale-tudo. Após tomarem 40% do mercado com preços considerados imbatíveis pelos rivais, as brasileiras DL e Lenoxx agora enfrentam acusações de que vendem equipamentos piores do que os aprovados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

O caso está sob investigação na agência, após denúncia da Abinee, a associação que representa os principais fabricantes de eletroeletrônicos no país. DL e Lenoxx não são associadas.

No documento, a que a Folha teve acesso, a Abinee afirma que os tablets I-Style, da DL, e TB-55, da Lenoxx, foram submetidos a uma bateria de testes em laboratórios credenciados pela agência recentemente e não passaram.

Basicamente, sofreram interferências e ofereceram risco de superaquecimento --algo que não ocorreu quando receberam o selo de comercialização da agência.

O presidente da Abinee, Humberto Barbato, afirmou que diversos associados já vinham reclamando de uma suposta concorrência desleal. "Os fornecedores são os mesmos e a diferença de preço é muito grande", disse à Folha.

Para a associação, seria "impossível" vender um tablet na faixa de R$ 250 --preço dos equipamentos da DL e da Lenoxx-- e manter a qualidade certificada. A média do mercado nessa categoria de produto é de R$ 400.

No final de 2013, a DL se consolidou como a líder em vendas de tablets no país, e a Lenoxx saiu de zero venda para a terceira posição, atrás da sul-coreana Samsung.

MADE IN CHINA

Ainda segundo apurou a reportagem, a denúncia da Abinee partiu de um de seus associados. Em janeiro, esse fabricante foi à China negociar com os fornecedores de DL e Lenoxx, na tentativa de chegar ao mesmo preço.

Lá, descobriu que só teria preço menor se comprasse componentes de qualidade inferior às "golden samples" (amostras douradas, em português).

Os fornecedores chineses teriam afirmado que as "golden samples" só são encomendadas para a montagem de tablets que serão enviados à certificação da Anatel.

Por isso, custam 20% mais.

Ou seja: os dois fabricantes estariam vendendo tablets piores que aqueles liberados para a venda pela agência.

SANÇÕES

A Anatel confirmou que está investigando o caso. As infrações às regras de certificação são punidas com a suspensão ou cancelamento da licença e multas que podem chegar a R$ 3 milhões.

Consultadas, as duas empresas negaram as acusações e reafirmaram que seus produtos seguem, rigorosamente, as especificações determinadas pela agência.


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