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Fraqueza da economia preocupa hotelaria após a Copa

Oferta de quartos nos hotéis das grandes redes cresceu 9,6% durante Mundial, mas a demanda subiu só 1,3%

MARIANA BARBOSA INGRID FAGUNDEZ DE SÃO PAULO

As grandes redes de hotelaria receberam 1,3% mais hóspedes durante a Copa, na comparação com os mesmos dias de 2013. O número foi insuficiente para manter a ocupação após o aumento de 9,6% na oferta de quartos nos hotéis das 12 cidades-sede.

A taxa de ocupação média nas grandes redes hoteleiras no período de 11 de junho a 14 de julho caiu para 61%, ante 66% no ano anterior, de acordo com levantamento do Fohb (Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil) feito a pedido da Folha.

Desde 2009, o setor hoteleiro investiu R$ 13 bilhões na reforma e em novos hotéis. Até 2016, ano em que o país recebe a Olimpíada, a oferta deve crescer mais 23%, com a inauguração de 150 hotéis.

O temor é que o baixo crescimento da economia deixe esses leitos vazios. "Os investimentos foram significativos. Agora precisamos de demanda e um PIB com crescimento superior a 1% para manter a roda girando", diz Roberto Rotter, diretor da rede Plaza e presidente do Fohb.

O setor teme que o país não consiga colher os frutos da exposição conquistada na mídia global com o Mundial e que o nível de crescimento do volume de turistas estrangeiros não se mantenha. "Já perdemos a oportunidade de promover o Brasil como destino antes da Copa. Os escritórios de promoção no exterior ficaram três anos fechados e só foram reativados seis meses antes da Copa", diz.

Entretanto Rotter faz uma avaliação positiva do evento, por causa da demonstração de capacidade de organização do país e dos investimentos em mobilidade urbana e modernização de aeroportos.

Mas o setor ainda cobra medidas para estimular o turismo interno e externo.

"Precisamos estimular o brasileiro a viajar pelo país, de novos centros de convenções e de projetos concretos para as arenas, sobretudo Manaus, Cuiabá e Natal."

VIAGEM NA VÉSPERA

Os números do Fohb medem apenas as redes nacionais e internacionais --as primeiras ocupadas por pessoas ligadas ao Mundial (delegações, patrocinadores etc).

Pelos dados do Fohb, a Copa foi boa na véspera e nos dias de jogos, quando a ocupação ficou acima de 80% em 11 cidades-sede. Só São Paulo ficou abaixo disso (66%).

Considerando todo o período do evento, São Paulo e Natal tiveram as piores taxas de ocupação (53% e 48%). Em números absolutos, a capital paulista, com o maior parque hoteleiro do país, teve o maior número de diárias comercializadas (353.358).

O Rio de Janeiro, único destino a manter a taxa de ocupação acima do ano passado ao longo de todo o torneio, com média de 87%, contabilizou 181.596 diárias.

Recife, Salvador e Brasília também se saíram melhor do que no ano anterior, embora com alguma oscilação de demanda entre os jogos. Fortaleza praticamente empatou, enquanto as demais sedes só conseguiram encher os hotéis em dias de jogo e véspera.

São Paulo perdeu diárias no período do evento, na comparação com o ano passado, mas a demanda represada do turismo de negócios já voltou. "Antes da Copa tínhamos 1.250 eventos por semana nos hotéis. Com o fim do Mundial, o número passou para 1.320", afirmou Bruno Omori, presidente da Abih-SP, que representa a hotelaria independente.


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