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Socorro ao BES reanima mercado português

Governo dividiu banco em duas partes e a porção "boa" receberá injeção de € 4,9 bi

TONI SCIARRETTA DE SÃO PAULO

O governo português decidiu socorrer o BES (Banco Espírito Santo), o maior do país, impedindo a paralisação do sistema financeiro local e estancando a desconfiança dos investidores.

A intervenção, que foi costurada durante o final de semana, foi anunciada na noite do domingo e impulsionou os negócios nesta segunda (4) em Portugal. O índice PSI 20, que reúne as 20 ações mais importantes do país, subiu 0,98%. As ações do BES e os demais papéis emitidos do grupo, no entanto, foram suspensos e não têm data para voltar ao pregão.

O BES foi divido em duas instituições: Novo Banco, que ficou com a parte saudável e que receberá dinheiro novo; e o "banco ruim", que terá os créditos problemáticos e seguiu com os atuais acionistas --família Espírito Santo, o francês Crédit Agricole e até o brasileiro Bradesco.

O banco novo receberá € 4,9 bilhões em recursos, garantindo os depósitos e os empréstimos dos clientes. Todos os funcionários, agências e rede eletrônica ficam com o banco novo.

A parte ruim --leia-se: empréstimos feitos para as empresas do grupo Espírito Santo, que estão em recuperação judicial-- não terá ajuda e caminha para ser liquidada se falhar a recuperação judicial.

Essa parte ruim será administrada por um interventor nomeado pelo BC português.

Para evitar uma estatização formal, como ocorreu nos EUA após a crise de 2008, o banco central português formalizou a ajuda do banco novo por meio do chamado Fundo de Resolução, um fundo de recursos privados criado em 2012 e que funciona como o brasileiro FGC (Fundo Garantidor de Créditos).

Como o Fundo de Resolução não tinha recursos suficientes, ficou decidido que ele emprestaria dinheiro do governo de Portugal.

O governo português espera ser ressarcido quando vender a parte boa do BES a uma outra instituição financeira.

BANCO RUIM

O sucesso da parte ruim do BES, cujos preços dos títulos e empréstimos derreteram, dependerá da viabilidade da recuperação judicial das empresas do grupo.

Ficam com a parte ruim do banco a família Espírito Santo, que tem uma fatia de 20%, além do banco francês Crédit Agricole (14,6%) e o brasileiro Bradesco (3,9%).

Na semana passada, o BES anunciou prejuízo de € 3,6 bilhões após fazer provisões de € 4,253 bilhões devido especialmente a empréstimos para as empresas do grupo e ao reconhecimento de perdas.

Com as provisões, o banco ficou com capital mínimo abaixo do exigido pelas autoridades. O banco central pediu então que o BES levantasse mais capital com urgência, o que não aconteceu, levando à intervenção.


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