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De olho na China, Obama promete investimentos à África

EUA lançam ofensiva de charme e recebem líderes do continente na tentativa de estreitar laços comerciais

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O governo americano lançou uma verdadeira ofensiva de charme para estreitar sua relação comercial com a África e disputar com a China negócios no continente.

Em discurso na primeira Cúpula de Líderes dos EUA-África, o presidente Barack Obama se queixou de que "nosso comércio com toda a África equivale ao que temos com o Brasil sozinho". "Precisamos de mais africanos consumindo produtos americanos e mais americanos consumindo o que a África produz."

Entre segunda (4) e quarta (6), quase 50 chefes de Estado e governo africanos estiveram em Washington, em uma cúpula muito similar às cinco já realizadas pela China em Pequim desde 2000.

Obama anunciou um fundo de US$ 12 bilhões para ampliar um programa dos EUA que pretende levar luz a 60 milhões de lares africanos.

Em tempos de Orçamento apertado, o presidente citou diversas vezes os investimentos prometidos por empresas americanas no continente, de US$ 14 bilhões (US$ 5 bilhões só da Coca-Cola), para reforçar o compromisso dos EUA.

"Não olhamos a África apenas pelos recursos naturais", discursou Obama, no que pode ser entendido como indireta à China. "Reconhecemos a África por seu maior recurso: sua gente e seus talentos", disse o presidente, filho de um economista queniano.

A secretária de Comércio, Penny Pritzker, anunciou que o governo abrirá escritórios de promoção comercial em Angola, Etiópia, Moçambique e Tanzânia e que expandirá os que tem em Gana, Quênia, Líbia e Marrocos.

CHINA

Desde 2009, a China supera os EUA como maior parceiro comercial da África. Tanto Obama quanto seu vice, Joe Biden, deram indiretas sobre o rival e sobre o custo de fazer negócios no continente.

"[Os africanos] devem poder abrir um negócio e comercializar produtos sem precisar pagar propinas ou contratar o primo de alguém", discursou Obama. Biden disse ser "difícil a concorrência justa com quem usa atalhos".

Segundo o centro de estudos Brookings Institution, os investimentos americanos na África estagnaram de 2010 a 2012. Os chineses subiram 68% no período, e os europeus, 8%, focando energia, minérios e infraestrutura.

"Estamos perdendo o barco", disse o ex-presidente Bill Clinton em um dos eventos. "Temos que correr atrás e aproveitar o crescimento africano", discursou o bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, que patrocinou um jantar na segunda.

Os líderes africanos se reuniram com presidentes de empresas como Coca-Cola, IBM, General Electric e o fundo de investimento Carlyle Group e foram recebidos em jantar na Casa Branca que contou com show do veterano Lionel Richie e a presença de deputados e atores como Chiwetel Ejiofor (de "12 Anos de Escravidão").

Obama evitou citar o surto de ebola e o crescente terrorismo no continente, focando na dita "agenda positiva". Houve pequenos protestos de etíopes e congoleses radicados em Washington que, com faixas, pediam ao presidente para "não abraçar ditadores".


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