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Juiz dos EUA "puxa a orelha" da Argentina por anúncios em jornais

Griesa afirma que, se não parar com críticas, país responderá por desacato no tribunal

ISABEL FLECK DE NOVA YORK

O juiz americano Thomas Griesa disse nesta sexta (8) que a Argentina pode responder por desacato ao tribunal se continuar dando declarações "falsas e enganosas" sobre o pagamento da dívida.

A ameaça veio depois que a Argentina publicou, na quinta (7), um anúncio de duas páginas no "New York Times" e no "Wall Street Journal" dizendo que pagou seus credores e chamando de "erradas, impróprias e falsas" declarações feitas por Griesa e pelo mediador apontado por ele, Daniel Pollack, sobre o calote dado pelo país.

Os anúncios se referem a uma crise que se arrasta desde junho, quando a Argentina transferiu US$ 539 milhões ao Bank of New York Mellon para pagar uma parcela dos credores que aceitaram descontos e trocaram seus títulos da dívida em 2005 e 2010.

Griesa considerou a transferência "ilegal" porque deveria ser feita de forma simultânea ao pagamento de US$ 1,3 bilhão aos fundos que não renegociaram sua dívida, e "bloqueou" o dinheiro.

No último dia 30, após não entrar em acordo com os fundos em litígio, a Argentina acabou entrando num calote técnico, pois os US$ 539 milhões não chegaram aos fundos reestruturados. O país, contudo, insiste que pagou e culpa a Justiça americana e o BNY Mellon pela crise.

Na audiência desta sexta, Griesa disse que a Argentina tem dado "declarações que omitem uma parte vital das obrigações" do país, e que, se continuar, terá que responder por desacato ao tribunal.

"Se as declarações não pararem, será necessária uma ordem de desacato. Espero que não seja preciso."

O advogado da Argentina, Jonathan Blackman, disse que não participou da elaboração da "notificação legal". "Mas a Argentina é um governo, e como um governo, precisa fazer declarações. Nem sempre essas declarações são o que os seus advogados escreveriam", disse Blackman.

Pollack afirmou que vai buscar uma solução, "não importa quanto tempo leve".

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folha.com/no1498025


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