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Para analistas, aumentou a chance de 'recessão técnica'

Consultorias dizem que não há motivo para otimismo e reduzem previsão de crescimento em 2014

Para governo, dado do BC não deve ser usado como termômetro do PIB, pois metodologias usadas são diferentes

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

A divulgação de dados negativos sobre a atividade econômica pelo BC nesta sexta-feira (15) contribuiu para aumentar as apostas de que a economia brasileira encolheu no segundo trimestre.

O indicador do BC, chamado de IBC-Br, indicou queda de 1,2% na atividade econômica entre abril e junho, em relação ao trimestre anterior. Foi o terceiro trimestre consecutivo de recuo na economia, segundo o BC.

O índice costuma ser visto por analistas como um termômetro para o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), medido pelo IBGE.

O governo discorda da interpretação, já que as metodologias usadas pela autoridade monetária e pelo instituto são diferentes. O resultado oficial do PIB será divulgado no dia 29.

O dado negativo, aliado aos indicadores de queda no comércio e na indústria, fez com que analistas alertassem para o aumento do risco de "recessão técnica", caracterizada pela queda na atividade por dois trimestres seguidos.

"O PIB do segundo trimestre deve ser negativo, mesmo que não venha na mesma magnitude [do IBC-Br] ", diz Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências.

Segundo ela, são grandes as chances de o IBGE revisar para baixo o dado já divulgado de avanço de 0,2% no PIB no primeiro trimestre.

O cenário de possível recessão no primeiro semestre também foi citado por outras instituições ao longo do dia, entre elas, bancos Credit Suisse e ABC Brasil e consultoria Rosenberg Associados.

"Mesmo considerando que o indicador do BC é apenas uma tendência, com um número tão expressivo não dá para ficar otimista", afirmou Luiz Otávio de Souza Leal, economista-chefe do banco ABC em relatório.

"Não podemos afirmar categoricamente que entraremos em recessão técnica, mas não podemos deixar de reconhecer que a probabilidade de isso ocorrer é grande."

Leal manteve a expectativa de que o PIB cresça 0,6% em 2014. A Rosenberg reduziu ontem a estimativa de alta de 1,1% para 0,8%. O Banco Fator revisou a sua previsão de 0,8% para 0,6%.

RETRAÇÃO

Principais indicadores que pesam no cálculo do IBC-Br, as vendas do varejo tiveram em junho a primeira queda desde maio de 2012, enquanto a produção industrial chegou ao quarto mês consecutivo de retração no mês passado, segundo o IBGE.

As vendas do comércio caíram 0,7% ante maio, e a produção da indústria, 1,4%.

O cenário é explicado, segundo analistas, por fatores como a Copa do Mundo, que fez com que número de dias trabalhados em junho fosse menor, e as incertezas geradas pela corrida eleitoral.

À espera da decisão sobre o perfil do novo governo, empresários tendem a represar investimentos, contribuindo para a redução da atividade.

Para analistas, o fim do torneio e os efeitos das recentes medidas tomadas pelo Banco Central para incentivar o crédito podem ajudar a melhorar o desempenho da economia nos próximos trimestres. A recuperação, contudo, deve ser limitada.

"A queda em indicadores financeiros de confiança, o nível ainda alto de estoques e incertezas em relação à economia de parceiros comerciais como a Argentina sugerem que a probabilidade de reversão do cenário de estagnação econômica não é significativa", afirma relatório do Credit Suisse.


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