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Caro Dinheiro

O que fazer com investimentos em ações diante da volatilidade eleitoral?

L.C.S. (SÃO PAULO, SP)

A natureza dos investimentos de renda variável --tais como ações-- é volátil, pois o valor de uma ação está relacionado aos resultados futuros da empresa, estimados a partir dos dados do momento atual, e, por isso, não têm como ser absolutamente exatos.

Para encontrar o preço de uma ação, os analistas reúnem todas as informações presentes da empresa e do cenário econômico e com isso estipulam os resultados futuros, analisando estimativas de receitas e despesas, além do potencial de crescimento do negócio.

Com tais estimativas, os analistas fazem um julgamento sobre a confiança que eles têm nelas. De forma geral, quanto maior a incerteza das previsões, maior o risco da empresa. Definidos os retornos futuros e o risco, analistas atribuem taxa de juros para trazer os resultados futuros ao valor presente e, assim, passam a negociar os papéis.

Nesse cenário baseado essencialmente em expectativas, vários fatores externos não relacionados diretamente ao mercado financeiro podem interferir nos preços das ações. Em um ano de disputa eleitoral acirrada, a volatilidade tende a ser maior, pois a cada nova pesquisa mudam as expectativas.

Para verificar a temperatura das expectativas dos investidores, é possível usar como referência os Índices de Confiança do Empresário (ICEs), mensurados numa escala de 0 a 100 ou 200, sendo 0 o pessimismo extremo e 100 ou 200 o otimismo absoluto.

Atualmente, o ICE do comércio, calculado pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), atinge 108,4 de 200 pontos; e o ICE industrial, estimado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), está em 46,5 de 100 pontos. Ambos atingiram o menor patamar histórico, o que evidencia a baixa confiança do empresariado na economia.

A falta de confiança também é demonstrada pelas variações na Bolsa de acordo com os resultados das pesquisas eleitorais. Ultimamente, toda vez que a presidente Dilma cai na pesquisa, os preços das ações (especialmente das estatais) sobem --e vice-versa. No julgamento dos analistas, as expectativas de retorno futuro das empresas aumentam com uma mudança de poder.

Independentemente de Dilma ser ou não uma boa presidente, o mercado considera que, com sua manutenção no poder, as estimativas de lucro caem, o que derruba os preços das ações.


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