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País busca solução para dívida de Caracas

Governo vai pressionar Venezuela para resolver problema do atraso dos pagamentos em dólar para empresas

Aumento da compra pelo Brasil de coque, usado por cimenteiras e siderúrgicas, pode ser parte da solução

RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

Preocupado com o aumento dos atrasos nos pagamentos às empresas que exportam para a Venezuela, oitavo principal destino das mercadorias brasileiras no exterior, o governo volta nesta semana a pressionar Caracas a solucionar o problema.

"Eles não têm dólar para nos pagar. Vamos conversar com as autoridades sobre os contratos das nossas empresas. Muitas companhias aumentaram muito o passivo com a Venezuela por causa dos atrasos. Vou lá fazer uma pressão para ver se a gente consegue receber", disse o secretário-executivo do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Ricardo Schaefer, que cumpre agenda em Caracas até sexta-feira (29).

O governo de Nicolás Maduro tem exercido forte controle sobre a saída de dólares diante da dificuldade do país de manter os níveis de reservas em moeda estrangeira.

Hoje, elas estão em cerca de US$ 20 bilhões, US$ 3 bilhões a menos que no início de junho. O Brasil, por exemplo, tem US$ 380 bilhões em reservas internacionais.

Sem acesso a dólares, importadores não conseguem honrar os contratos firmados.

O governo não informa qual o montante devido e o tempo médio de atrasos. Estudo da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), em março, com 64 empresas de 18 setores, indicou que os atrasos chegavam a seis meses.

Além de cobrar uma solução, o governo propõe elevar a compra de produtos venezuelanos, permitindo assim o aumento da entrada de dólares no país vizinho.

Segundo Schaefer, a ideia é viabilizar o acréscimo na importação de coque, derivado do petróleo usado por siderúrgicas e cimenteiras. O plano é elevar para cerca de US$ 300 milhões as vendas do produto, dobrando a importação pelo Brasil. Em 2013, a Venezuela foi a segunda maior fornecedora de coque.

O governo deseja criar com isso "um fluxo de recebíveis", dando maior agilidade ao pagamento das empresas.

"O que teríamos de pagar para eles vamos amortizando do que eles têm para nos pagar. Estamos buscando um produto que a gente possa comprar e, assim, reduzir um pouco esse passivo, que está crescendo", disse Schaefer.

Não é a primeira vez que o Brasil cobra o governo venezuelano. No final do ano passado, o então chefe do Mdic, Fernando Pimentel, e o assessor especial da presidente para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, viajaram a Caracas para tratar do assunto. O problema, contudo, não foi solucionado.


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