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Crédito tem menor crescimento sob Dilma
Demanda por financiamentos cai em meio a juros altos, baixa confiança e cautela de bancos
Dados do mercado de crédito divulgados nesta terça (26) pelo Banco Central mostram que o financiamento ao consumo e ao investimento perdeu mais força em julho.
O saldo de empréstimos bancários desacelerou pelo sétimo mês seguido e apresentou a menor taxa de expansão do governo Dilma Rousseff --11,4% ante o mesmo mês de 2013. Há três anos, o crédito crescia a uma taxa anual de quase 33%.
Os dados confirmam que julho foi um mês de fraca a atividade econômica, como já havia sido mostrado por indicadores de emprego e arrecadação na semana passada.
Segundo economistas, entre os motivos para a desaceleração do crédito estão a demanda menor por financiamentos --em um ambiente de baixa confiança--, juros altos e cautela dos bancos.
A taxa média de juros no crédito ao consumo, por exemplo, está em 43,2% ao ano, maior patamar das estatísticas do BC, que começam em março de 2011. Apesar da estabilidade da taxa básica de juros desde abril, o crédito bancário encareceu, com a recuperação na margem de lucro dos bancos.
A inadimplência ficou praticamente estável nos últimos meses (6,6%), próxima à mínima histórica de 6,3%.
"Se a inadimplência colabora positivamente para a maior concessão de crédito nos próximos meses, a alta da taxa de juros dos empréstimos com recursos livres atua na direção contrária", afirmou a Rosenberg Consultores, ao avaliar o desempenho do crédito ao consumidor em que as taxas são fixadas livremente pelos bancos.
A expansão do crédito está abaixo da previsão do BC para o ano, de 12%. Para a instituição, os dois pacotes de incentivos a financiamentos lançados em julho e agosto podem evitar que o desempenho desse mercado fique abaixo desse patamar.
A expansão do crédito nos últimos sete meses foi sustentada pelos bancos públicos, o que explica o desempenho acima da média das linhas do BNDES e no crédito consignado e imobiliário, nos quais essas instituições têm grande participação de mercado.
O saldo de financiamento das instituições estatais cresceu 8% no ano. Nos bancos privados, avançou 0,8%.
Os financiamentos automotivos, um dos segmentos beneficiados pelos pacotes de incentivos do governo, caíram em julho pelo sétimo mês.
O BC diz, no entanto, que há sinais de recuperação no início de agosto.