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Confiança e consumo em baixa derrubam os investimentos

Tombo de 5,3% é o maior desde o primeiro trimestre de 2009, no auge da crise global; construção civil pesa

Investimentos são único item a acumular queda em 4 trimestres; gasto das famílias tem discreta melhora

DO RIO DO ENVIADO AO RIO

De abril a junho, os investimentos na economia caíram 5,3%, maior tombo desde o primeiro trimestre de 2009, período em que o Brasil vivia o auge da crise global iniciada em 2008. A queda foi a quarta seguida na comparação com o trimestre anterior.

Esse desempenho ruim é uma resposta a um cenário de menor confiança de empresários, do fraco ritmo do consumo doméstico, do crédito restrito e dos juros altos. Pesa ainda uma concorrência maior com produtos importados, o que leva empresários a não abrir fábricas no país.

Se a recessão geral ainda é dúvida para alguns analistas, o mesmo não se pode dizer sobre os investimentos, que não crescem há um ano.

Um dos vetores do fraco investimento é a forte retração de 2,9% da construção civil --a maior entre os subsetores do PIB no segundo trimestre.

Para Silvia Matos, da FGV, as famílias estão endividadas e com ganhos cada vez menores de renda, o que trava os lançamentos imobiliários.

"Isso já até afeta o preço dos imóveis."

Com o problema orçamentário do governo, que contingenciou recursos, e as incertezas de empresários, as obras de infraestrutura também não deslancharam.

Outro fator que afeta investimentos é a redução da importação e da fabricação de máquinas e equipamentos destinados ao aumento da capacidade produtiva da própria indústria, dos transportes, da geração de energia e da agropecuária.

Nesse contexto, a queda dos investimentos na economia foi ainda mais intensa na comparação com o segundo trimestre de 2013: 11,2%, maior retração desde o segundo trimestre de 2009.

No acumulado dos últimos quatro trimestres, esse item do PIB é o único a encolher (-0,7%). Até 2013, a tendência era de expansão.

Alexandre de Ázara, economista-chefe do banco Modal, diz que o PIB ruim nos dois primeiros trimestres decorre de "políticas econômicas erradas" adotadas pelo governo Dilma e das incertezas quanto às eleições, que levam empresários a adiar decisões.

"O consumo e o investimento foram muito estimulados, com as desonerações de tributos e crédito barato. Agora, com o orçamento apertado das famílias e a crise de confiança, há um esgotamento."

O consumo das famílias, que vinha sendo o ponto de sustentação do PIB, mostra fraco desempenho: caiu 0,2% no primeiro trimestre e teve leve alta de 0,3% no segundo ante períodos imediatamente anteriores.

A discreta melhora se deve à inflação um pouco menor no segundo trimestre, o que elevou marginalmente o poder de compra. (PS, LV E GP)


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