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Após 5 quedas, indústria sobe 0,7% em julho

Apesar do desempenho positivo, ano apresenta perda acumulada de 2,8% e analistas não esperam retomada

Alta atingiu 20 dos 24 setores pesquisados; informática e eletrônicos tiveram maior crescimento

PEDRO SOARES DO RIO

Passados cinco meses de queda, a indústria do país esboçou uma retomada e cresceu 0,7% em julho, em relação a junho --mês em que a produção caiu 1,4%--, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Embora positivo, o número de julho não compensa a perda acumulada neste ano (2,8%), e os sinais à frente também não são alentadores, na avaliação de economistas.

Para André Macedo, gerente do IBGE, os resultados de julho foram turbinados por uma recuperação "natural" após cinco meses de fraca produção. Não se sabe ainda, diz, se haverá retomada.

"O que vemos é um quadro de espalhamento do crescimento da indústria, que ocorre após um longo período de baixa. Outro fato é que tivemos um julho mais gordo', com mais horas destinadas à produção."

Parte significativa do crescimento da atividade em julho veio do maior número de dias úteis naquele mês, em relação ao mês anterior. Embora a Copa do Mundo tenha ocorrido nos dois meses, em junho o efeito do torneio sobre a produção foi maior, porque houve mais feriados.

Na visão de analistas, a indústria deverá manter um ritmo fraco de atividade até o final deste ano, já que não há mudança do cenário atual da economia brasileira à vista.

Macedo afirma também que a indústria ainda sofre com a maior concorrência de importados, crédito em condições menos favoráveis, juros maiores e consumo em desaceleração.

Para Thaís Marzolla Zara, da Rosenberg & Associados, a leve alta de julho não "altera o quadro ruim" da indústria. "A única boa notícia", pondera, é houve uma redução de estoques tanto em junho quanto em julho. Isso aponta "para um segundo semestre um pouco melhor".

SETORES

A discreta retomada em julho decorreu especialmente do bom desempenho dos chamados bens duráveis, com alta de 20,3%, a maior desde janeiro de 2009.

A categoria foi impulsionada pelo aumento da produção de veículos --após meses de fraco dinamismo, demissões e férias coletivas em montadoras.

Também ajudou no desempenho do mês a retomada da produção de bens de capital (máquinas e equipamentos na produção de bens, na infraestrutura e na oferta de serviços, como transporte).

A categoria apresentou alta de 16,7%, o melhor resultado desde janeiro deste ano.

Pelos dados do IBGE, a alta em julho foi generalizada: 20 dos 24 setores pesquisados produziram mais do que em junho.

De um mês para outro, os destaques positivos ficaram com informática e eletrônicos (44,1%), veículos (8,5%) e outros equipamentos de transporte (31,3%) --os dois últimos foram puxados por automóveis e motos, respectivamente.

Já as quedas mais expressivas foram registradas por alimentos (6,3%) e refino de petróleo e álcool (2,6%) --esse sob impacto da parada de refinarias da Petrobras por causa de acidentes e para a realização de operações de manutenção.


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