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Montadoras fazem sétimo corte seguido

Número de funcionários na produção de veículos caiu 0,9% em agosto e foi ao pior nível desde maio de 2012

Com queda nas vendas, 1.300 metalúrgicos estão temporariamente suspensos e 7.500 estão em férias ou de folga

DE SÃO PAULO

O número de funcionários no setor de produção de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus caiu 0,9% de julho para agosto. É a sétima queda seguida do emprego no setor e seu pior resultado desde maio de 2012.

Os dados foram divulgados nesta quinta (4) pela Anfavea, que reúne os fabricantes do setor. De acordo com Luiz Moan, presidente da entidade, a queda no nível de emprego é pontual.

"Estamos passando por ajustes no estoque de produção. Toda redução do quadro de pessoal está dentro de programas de demissão voluntária ou término de contratos temporários", afirmou Moan.

MEDIDAS

A retração na indústria automotiva fez com que as montadoras adotassem medidas para adequar sua produção à demanda do mercado.

Suspensões temporárias de contrato (os "layoffs"), férias coletivas e programas de demissão voluntária foram algumas das medidas adotadas pelas empresas do setor para tentar esvaziar os estoques, que em agosto atingiram 42 dias --aumento de três dias em relação a julho.

Nos últimos 30 dias, cerca de 1.300 empregados do setor entraram em "layoff" até janeiro de 2015. Outros 7.500 receberam férias coletivas ou folgas em razão de paradas técnicas.

Diante desse cenário, o presidente da Anfavea pediu o aumento no prazo máximo do período para "layoff", que é de cinco meses, segundo a lei trabalhista.

"Entendemos a suspensão do contrato como um mecanismo de preservação de emprego. Mas uma crise pode não passar em um período de apenas cinco meses", disse.

Já Luiz Carlos Mello, ex-presidente da Ford, afirma que o prazo atual é adequado para a suspensão temporária de contratos.

"O ciclo para ajuste de produção no setor paira em torno de quatro meses. Nesse período, a empresa consegue ajustar a linha de montagem para que não sobre nem falte gente posteriormente", diz.

"Em outros países o prazo de layoff' é até maior. Nos Estados Unidos é de um ano, na Alemanha chega a dois anos. Acho que seis meses é um prazo suficiente", diz André Beer, ex-vice-presidente da Volkswagen.

PRODUÇÃO

Em agosto, a produção no setor no país recuou 22,4% em relação ao mesmo período de 2013 e somou 265,9 mil veículos produzidos, segundo a Anfavea. O número representa o pior resultado para o mês desde 2007.

No acumulado entre janeiro e agosto, a indústria automobilística teve queda de 18% na produção e de 9,67% nas vendas, em relação aos primeiros oito meses de 2013.

A Anfavea encara o próximo trimestre com otimismo, sobretudo após as medidas de estimulo ao crédito promovidas pelo Banco Central.

"Estamos aguardando as consequências do choque de liquidez feito pelo governo. Só agora o consumidor poderá usufruir das melhores condições para financiamento", afirmou Luiz Moan.


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