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BC não vai recorrer em ação contra economista

Justiça negou pedido de queixa-crime contra Alexandre Schwartsman

Movimento lançou abaixo-assinado contra a decisão e reuniu apoio de economistas de diferentes pensamentos

SOFIA FERNANDES EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

O Banco Central decidiu que não vai recorrer da decisão da Justiça de negar o pedido de ação penal contra o economista e colunista da Folha Alexandre Schwartsman.

A procuradoria-geral da instituição ofereceu queixa-crime contra Schwartsman, acusando-o de difamação. O pedido foi negado pela juíza que analisou o caso.

O que motivou a ação foram afirmações de Schwartsman em entrevistas à imprensa, como a de que o BC atuou com "subserviência, descuido, incompetência e frouxidão". Na ocasião, o economista havia criticado a condução da política monetária no combate à inflação.

O BC informou que acata a decisão e dá como concluída sua atuação nesse caso.

A polêmica sobre a iniciativa do governo, entretanto, não está encerrada. Até o fechamento desta edição, 1.600 pessoas haviam assinado documento que critica a ação do BC contra Schwartsman. A lista inclui mais de 60 economistas de várias escolas e simpatias partidárias.

O documento foi lançado pelo diretor vice-presidente do Insper, Marcos Lisboa.

Entre as assinaturas, estão as de Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda no governo Dilma Rousseff, e do economista Luiz Gonzaga Belluzzo --ambos próximos da administração petista.

"Eu discordo de muitas coisas do Schwartsman, mas acho que o debate com ele tem de ser travado na economia, e não na Justiça", afirmou Barbosa.

Também assinaram a lista ex-presidentes do BC, como Affonso Celso Pastore, Gustavo Franco e Armínio Fraga, e de ex-diretores da instituição, como Claudio Haddad.

Há economistas ligados às candidaturas de Aécio Neves e de Marina Silva.

O BC informou que a decisão de ir à Justiça foi submetida pela procuradoria à diretoria da instituição, formada pelo presidente Alexandre Tombini e pelos outros sete membros do Copom (Comitê de Política Monetária).

"Acho nocivo à democracia que instituições, principalmente as públicas, façam uso de seus vastos recursos para constranger críticas às suas ações, mesmo as mais ácidas", afirmou o professor da PUC-RJ Márcio Garcia.

Para o Sindicato Nacional dos Funcionários do BC, a decisão foi prejudicial à imagem da instituição, além de levantar dúvidas sobre a participação de outras áreas do governo nesse caso.

No abaixo-assinado, os signatários dizem que já foram feitas críticas muito piores e às vezes inverídicas à instituição, como a de que o BC seria manipulado pelos bancos, sem qualquer retaliação.


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