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Argentina corre contra o tempo para pagar sua dívida

País aprova lei que permite mudar local de pagamento; parcela vence no fim deste mês

FELIPE GUTIERREZ DE BUENOS AIRES

O Congresso argentino aprovou e Cristina Kirchner sancionou a lei que abre a possibilidade dos credores de seus títulos trocarem o local de recebimento de pagamento de Nova York para Buenos Aires ou para a França.

Agora o país tem até o dia 30 para conseguir tornar a operação possível, pois é quando vence parcela de US$ 200 milhões da dívida.

A presidente afirmou, em discurso, que a Argentina "quer pagar, pode pagar e vai pagar todos os detentores de títulos", mas, para que isso aconteça, os credores precisam aceitar deixar de receber em Nova York, onde uma decisão da Justiça bloqueia os pagamentos.

Na prática, será uma troca de títulos que vai garantir aos detentores de títulos as mesmas condições de valores, mas o banco responsável por efetuar os pagamentos deixará de ser o Bank of New York Mellon, que mantém US$ 539 milhões congelados por ordem do juiz Thomas Griesa.

O juiz determinou que a Argentina só pode pagar seus credores se acertar uma dívida que não reconhece, de US$ 1,3 bilhão, com fundos "abutres". Esses são detentores de títulos que estão sem pagar desde 2001, quando a Argentina decretou um calote.

Os "abutres" não aceitaram trocar os papéis por novos, que equivaliam a cerca de 30% dos antigos, nas vezes que isso foi ofertado, nos anos de 2005 e 2010.

A nova troca de títulos não irá implicar um novo desconto, mas só um novo local de pagamento para fugir da sentença de Griesa.

O responsável pela operação será o Nación.

O chefe do gabinete de Cristina, Jorge Capitanich, chegou a dizer que a maioria dos credores já haviam verbalizado a intenção de trocar seus títulos, no que foi desmentido pelo ministro da Economia, Axel Kicillof.

Mas alguns credores realmente já afirmaram que devem aderir.

É o caso do mexicano David Martínez Guzmán, titular do fundo Fintech, que, em uma entrevista ao jornal "Página12", afirmou que a lei é uma iniciativa para isolar o juiz e que é a forma "correta" de recuperar a capacidade de pagamentos.

Cristina Kirchner irá se reunir na próxima segunda (22) em Nova York com um outro credor: George Soros. Ele é um dos acionistas do fundo Quantum, que tem títulos da dívida argentina e que deixou de receber por causa da decisão de Griesa.

O Quantum processou o Bank of New York Mellon por ter tomado o calote.

Soros também é sócio do governo argentino na YPF, recentemente foi divulgado que ele é dono de 3,5% das ações.


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