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Sob Dilma, queda da desigualdade trava

Índice de Gini, divulgado nesta quinta pelo IBGE, mostrou leve concentração de riqueza de 2012 para 2013

Para economistas, para voltar a melhorar a distribuição de renda, Brasil precisa aumentar qualidade da educação

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO PEDRO SOARES DO RIO

A queda da desigualdade, que estava em curso desde meados da década de 1990, emperrou nos últimos três anos. O mais conhecido termômetro de concentração de riqueza, o índice de Gini, registrou leve piora no ano passado. Desde 2011, dizem especialistas, o indicador praticamente não sai do lugar.

É cedo para afirmar que a desigualdade voltou a subir no Brasil. Mas, para especialistas, mostra um esgotamento dos mecanismos que produziram resultados positivos nos anos recentes.

A melhora do mercado de trabalho, principalmente para as pessoas com menos escolaridade, o aumento da formalização e a adição contínua do acesso à educação são fatores que ajudam a explicar a melhor distribuição de renda no país nas últimas duas décadas. Também contribuíram programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que ajudaram e elevar a renda dos mais pobres.

O problema é que o mercado de trabalho estancou. Desde 2011, o crescimento da economia perdeu fôlego, e o esfriamento, que já tinha chegado à indústria, começou a afetar também o comércio e os serviços. O salário mínimo, que é corrigido de acordo com o crescimento do PIB, passou a subir menos em 2012 e 2013.

"O PIB baixo é ruim para todos, mas prejudica mais os trabalhadores de menor qualificação, que são mais vulneráveis à perda do emprego. Sem emprego, sua renda cai a zero de um mês para outro", diz Gabriel Ulyssea, do Ipea.

Para a presidente do IBGE, Wasmália Bivar, a elevação do índice de Gini não reflete uma interrupção do processo de melhora da distribuição de renda, mas, sim, "uma estabilidade".

"Precisamos pensar agora em outras políticas para o país voltar a avançar. O Brasil, apesar da grande melhora nos últimos anos, ainda é um país bastante desigual."

Um dos focos, diz ela, deveria ser a população de 15 a 17 anos --15% desses jovens não vão à escola. Os que trabalham com essa idade ganham pouco (cerca de um salário mínimo). E, se não estudarem, poderão perpetuar a realidade de baixos salários.

A melhora da educação é considerada a principal saída para que o país volte a crescer e a distribuir renda.

Para o economista Marcos Lisboa, vice-presidente do Insper, é preciso elevar também a eficiência, reduzindo a complexidade na rotina das empresas. "É preciso retomar o crescimento da produtividade, para gerar empregos de qualidade e melhorar as condições de vida."


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