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Análise Pnad 2013

Distribuição da renda sofre efeitos da política econômica

Com PIB fraco, salário mínimo já não conta mais com reajustes vigorosos

GUSTAVO PATU DE BRASÍLIA

A exaustão da política econômica ameaça também os resultados da política de distribuição de renda, principal marca do governo petista.

Não há ainda um diagnóstico consensual sobre os motivos da interrupção da queda da desigualdade social. É evidente, porém, que a ajuda da economia para o processo minguou --e a recuperação não é para logo.

Cálculos do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, ligado ao Planalto) indicam que mais da metade da redução da distância entre ricos e pobres desde a década passada veio de transformações no mercado de trabalho.

Em termos simples, a renda dos trabalhadores menos qualificados cresceu mais rapidamente do que a dos demais. Isso aconteceu ao longo de uma já encerrada era de prosperidade global.

Com aumento geral da renda e o estímulo oficial ao crédito, o setor de serviços --que responde pela maior parte da mão de obra menos escolarizada-- cresceu a uma taxa média de 4,6% ao ano no segundo governo Lula.

Se havia mais demanda por trabalho de menor qualificação, a oferta havia caído, em razão da melhora da escolaridade da população. Assim, os salários subiram.

O crescimento dos serviços caiu a menos da metade sob Dilma Rousseff. No período de quatro trimestres encerrado em junho, a taxa de expansão foi de 1,6%.

Os dados de 2012 já mostravam que o mercado de trabalho não contribuía mais para a queda da desigualdade. Naquele ano, de acordo com o Ipea, a ligeira melhora da distribuição de renda foi puxada por um vigoroso reajuste do salário mínimo --que dificilmente se repetirá num futuro próximo.

A política de valorização do salário mínimo determina reajustes anuais acima da inflação equivalentes ao crescimento da economia de dois anos antes. O último ano de crescimento forte, de 7,5%, foi em 2010, base do reajuste de 2012.

O PIB (Produto Interno Bruto) ficará estagnado neste ano e, pelas projeções gerais, avançará pouco no ano que vem.

Mantidas as regras atuais, portanto, o salário mínimo manterá um ritmo lento --na comparação com as taxas da década passada-- até 2017, pelo menos.

As margens para uma política mais generosa se estreitaram com a freada da economia e da arrecadação de impostos, o que dificulta também a expansão do Bolsa Família, o programa distributivo mais celebrado.

MELHORA PROMETIDA

O peso dos números na propaganda eleitoral petista dificultou tanto estudos mais sóbrios sobre as causas da queda da desigualdade --em geral tratada como um ato de vontade do governo-- quanto uma análise mais clara da recente interrupção.

Como Guido Mantega (Fazenda) costuma fazer com o PIB, Marcelo Neri (Assuntos Estratégicos) disse que os próximos resultados serão melhores. O mesmo havia sido dito no ano passado.


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