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Pnad 2013

Renda dos mais pobres subiu menos

Trabalhadores do topo da pirâmide viram renda crescer a um ritmo equivalente ao dobro do dos mais pobres

Taxa de desemprego subiu de 6,1% para 6,5% no ano passado, primeira alta desde 2009, na crise global

DE SÃO PAULO DO RIO DE FORTALEZA

A renda do topo da pirâmide (os 10% mais ricos) subiu a uma velocidade bem maior do que a dos mais pobres, no ano passado.

Esse cenário ocorreu devido ao fraco crescimento econômico, à freada do mercado de trabalho e, especialmente, ao menor crescimento do salário mínimo --que subiu cerca de 2% em 2013 (já descontada a inflação), ante os 10% um ano antes.

Essa diferença nos ritmos de alta da renda é um dos fatores que contribuíram para a discreta piora dos indicadores de desigualdade em 2013.

No ano passado, o rendimento médio do trabalhador aumentou 5,7%, para R$ 1.680 --um crescimento maior do que o observado um ano antes. Entre os mais pobres, porém, o ritmo de crescimento foi a metade do que entre os mais ricos.

"É um aumento robusto, sem dúvida, mas o problema é que os maiores rendimentos subiram mais", diz Fernando de Holanda Barbosa, economista da FGV.

A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) apontou, porém, um aumento da taxa de desemprego, de 6,1% para 6,5% no ano passado. Foi a primeira alta desde 2009, auge da crise global.

Com um conjunto de entrevistados maior, a pesquisa mostra uma taxa diferente da divulgada mensalmente e, segundo especialistas, tem mais capacidade de revelar a dinâmica do mercado de trabalho no interior do país.

O IBGE detectou, no resultado da pesquisa, a mesma tendência que ocorre nas capitais: há um contingente menor de pessoas em busca de trabalho. Desde 2009, diminui a força de trabalho do país. Hoje, 65% das pessoas com 15 anos ou mais trabalham ou estão dispostas a trabalhar. Em 2009, eram 68%.

Por isso, mesmo com uma ampliação pequena do número de pessoas ocupadas (0,6%), o desemprego aumentou pouco.

Para Gabriel Ulyssea, economista do Ipea, era "esperado em algum momento" o aumento do desemprego por causa do fraco crescimento econômico. Os dados da Pnad, diz, mostram com mais clareza essa tendência.

Como "saída" para o país voltar a melhorar a distribuição de renda, o economista aponta o caminho do aumento da produtividade do trabalho, por meio da maior qualificação e instrução da força de trabalho, mais do que alargar programas de transferência de renda.

"Será mais eficiente investir na escolaridade e na qualificação e aumentar a possibilidade de melhores rendimentos dos trabalhadores de renda menor. Não quer dizer que o Bolsa Família tenha de ser reduzido. Nada disso. Trata-se apenas de uma questão de dar mais ênfase a programas de qualificação."

Fernando de Holanda Barbosa, da FGV, diz que os dados não representam "uma hecatombe", mas indicam uma "piora gradativa do mercado de trabalho".

Pelos dados da Pnad, a trajetória de formalização da força de trabalho se manteve. Em 2013, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado cresceu 3,6% em relação a 2012. Eram 36,8 milhões de pessoas, o que corresponde a 76,1% dos empregados dos setor privado.

Em 2013, ainda restavam 3,1 milhões de crianças e adolescentes 5 a 17 anos que trabalhavam em todo o país. Esse número representou uma redução de 12,3% (ou 438 mil pessoas) em relação a 2012, repetindo a tendência de recuo do trabalho infantojuvenil no país.


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