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IBGE erra na Pnad, e governo decide abrir sindicância

Segundo o instituto, peso de regiões metropolitanas foi superestimado em 7 Estados, alterando os resultados

Governo se diz 'chocado' e anuncia comissão de sindicância pra encontrar razões das falhas e responsáveis

PEDRO SOARES DO RIO

O IBGE reconheceu nesta sexta-feira (19), um dia após a divulgação da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), que o levantamento continha erros.

O problema, o maior da história recente do órgão, ocorreu no peso de Estados com mais de uma região metropolitana, como São Paulo.

Segundo o instituto, o cálculo do índice de Gini, medida da desigualdade, foi alterado. O Gini do trabalho, que mensura exclusivamente a distribuição dos rendimentos do trabalho, passou de 0,496 em 2012 para 0,495 no ano passado, o que indica uma estagnação, segundo o IBGE.

Na quinta, o instituto havia informado que o indicador tinha subido para 0,498 (o índice varia de 0 a 1; quanto mais perto de 1, maior a desigualdade).

A ministra Miriam Belchior (Planejamento) afirmou que o governo "está chocado" com o erro e vai constituir uma comissão de especialistas independentes para avaliar "a consistência da Pnad" e outra comissão de sindicância para "encontrar as razões dos erros" e os seus responsáveis.

A presidente do IBGE, Wasmália Bivar, considerou o erro grave. "Peço desculpas à sociedade brasileira. A nossa obrigação é informar assim que detectamos alguma falha e estamos fazendo isso."

Para ela, apesar das mudanças, a análise dos dados não mudou. "A desigualdade segue constante, estável." Já o diretor de pesquisas do órgão, Roberto Olinto, diz que houve "pequena melhora."

O instituto diz que a falha afetou mais os dados de rendimento e analfabetismo, que são mais altos nas regiões metropolitanas, superestimadas pelo erro do IBGE.

Foi utilizada na amostra da pesquisa, equivocadamente, a projeção de população de todas as áreas metropolitanas de sete Estados (CE, PE, SP, PR, BA, MG e RS), em vez da projeção da população da região metropolitana na qual está inserida a capital.

Isso alterou também a estimativa da renda do trabalho --de alta de 5,7% para 3,8% (veja quadro). A taxa de desemprego manteve-se em 6,5% em 2013 --acima dos 6,1% de 2012.

Olinto negou "interferência e pressão" política na alteração dos resultados. "A questão se resume a um erro técnico." Para Bivar, se for identificado que o ato foi intencional, haverá punição.


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