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Pesquisadores lamentam falha do instituto

Erro levanta suspeita de interferência política; para sindicato, trabalho ficou 'desumano'

MARIANA CARNEIRO DE SÃO PAULO

Pesquisadores lamentaram o erro do IBGE na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e a crítica também ocorreu no meio político.

Involuntariamente, ao admitir o erro, o instituto levantou suspeitas de possível interferência política no órgão, que já foi alvo de polêmica neste ano, quando tentou suspender a nova (e mais alta) taxa de desemprego.

Ex-presidente do IBGE, Simon Schartzman ressaltou que o instituto sempre foi "muito cioso de sua autonomia e cuidadoso com os dados que publica".

"Episódios como este abalam a credibilidade da instituição, que, tal como o Banco Central, precisa ter sua autonomia institucional garantida, não só para não sofrer ingerências, como também para não permitir que surjam suspeitas deste tipo", disse.

Pesquisadores ouvidos pela Folha nesta sexta-feira (19) estavam preocupados.

O IBGE está fazendo neste ano um enorme esforço de produção de dados. Simultaneamente, está preparando uma revisão do PIB e lançou a Pnad Contínua --versão da pesquisa-mãe com o objetivo de dar informações em intervalos mais curtos (três meses).

Além disso, a mesma equipe está tendo que colocar em dia a taxa de desemprego mensal, prejudicada pela greve de parte dos funcionários.

A revisão do PIB ficou para 2015. A Pnad Contínua, que estreou neste ano, chegou a ser suspensa, mas o IBGE foi criticado e voltou atrás.

Na época, a presidente do instituto, Wasmália Bivar, argumentou que a suspensão se devia à falta de pessoal para a "crítica" dos resultados.

Esse é o nome técnico para filtros internos que identificam erros e os corrigem antes que sejam divulgados.

Sérgio Besserman, outro ex-presidente do IBGE, afirma que, neste momento politicamente sensível --em razão das eleições-- o desejável seria que cerca de 30 variáveis passassem por uma "crítica" mais rigorosa.

Mas para isso é preciso mais gente e orçamento.

"É um erro técnico, lamentável, que ocorre em um momento em que sociedade está em processo eleitoral. Mas não acredito em ingerência política", disse ele.

O sindicato dos funcionários do IBGE divulgou nota dizendo que "errar é humano, mas trabalhar no IBGE está se tornando desumano".

O candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB) disse que o governo vem causando danos às instituições do país.


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