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Alertas sobre erros trouxeram "chuva de telefonemas" ao IBGE

Primeiros avisos começaram na noite de quinta, quando parte da equipe já havia saído

PEDRO SOARES DO RIO MARIANA CARNEIRO ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Os avisos de que poderia haver erros na Pnad (Pesquisa Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) começaram no início da noite de quinta (18), quando ela foi divulgada, e transformaram o dia seguinte numa jornada de tensão e reuniões interrompidas por telefonemas.

Os primeiros alertas partiram de técnicos do Ipea, do IPP (Instituto Pereira Passos, da Prefeitura do Rio), do Ministério do Desenvolvimento Social. Começaram entre as 18h e as 19h de quinta, quando parte da equipe da Pnad já havia ido embora.

Só no dia seguinte, às 7h, começou a trabalhar uma "força-tarefa" para identificar a origem da falha e corrigi-la. Na mesma manhã, ligou a economista Sarah Bretones, da consultoria MCM.

Ela estranhara o fato de a pesquisa apontar alta de 20% na força de trabalho nas regiões metropolitanas, de 2012 para 2013. "Essa variação, normalmente, não passa de 3%", afirma.

A informação de que havia erro na pesquisa chegou ao Ministério do Planejamento naquela manhã. A origem do problema só seria identificada por volta do meio-dia, quando se chegou à conclusão de que estava na Coordenação de População.

Foram passados dados incorretos sobre a população nas regiões metropolitanas de sete Estados, entre eles, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia.

Os principais dados foram sendo corrigidos ao longo da sexta-feira. Mas o trabalho no IBGE seguia o curso.

Naquela tarde, a equipe da Pnad recebeu especialistas de fora para discutir soluções à demanda do governo na Pnad Contínua, uma versão mais frequente da pesquisa que havia dado problema, com atualização trimestral.

O governo questiona as margens de erro das pesquisa feitas em Estados mais distantes --a Pnad Contínua deverá fornecer dados para regular a distribuição de recursos do FPM e FPE, fundos que repassam impostos para municípios e Estados de acordo com a renda e o número de habitantes.

Segundo um dos presentes, os pesquisadores do IBGE não paravam de atender ligações, e a reunião não chegou a uma conclusão.

Na sexta à noite, após a divulgação do erro à imprensa, a pesquisa foi alterada no site. Mas o texto da publicação ainda não foi atualizado.

Nesta terça, começou a operação de contenção de danos. Foram publicados no "Diário Oficial da União" os nomes da comissão de avaliação, que terá até 60 dias para verificar o conteúdo da pesquisa e definir, se for o caso, novos métodos, procedimentos e metodologias a fim de evitar novos erros.

Um dos integrantes, o demógrafo Eduardo Rios Neto (UFMG), disse que não caberá à comissão identificar responsáveis pelo erro nem recomendar punições.

Esse trabalho será feito pela comissão administrativa, também instalada ontem, com integrantes dos ministérios de Planejamento, Justiça, Controladoria-Geral da União e Casa Civil --incluindo o secretário-executivo Valdir Moysés Simão.

Rios Neto diz não ter "opinião formada" sobre o erro. Afirma, porém, que se parece com a falha do Ipea --quando se afirmou que a maioria dos entrevistados (65%) dizia ser normal uma mulher ser estuprada por usar roupas curtas, quando o correto era 26%. Faltou, diz, uma "revisão" na planilha da população.

Ao lado de Rios Neto, vão avaliar a Pnad a ex-integrante do Ministério do Desenvolvimento Social Diana Sawyer, o coordenador da pós-graduação da economia da PUC-Rio, Gustavo Gonzaga, o professor da Unicamp Cláudio Dedecca e a gerente de metodologia e estatística da Fundação Seade (SP), Maria Paula Ferreira.


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