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Gigante digital pretende crescer na América Latina

Piano, que se uniu à Press+, é líder em sistema de cobrança por conteúdo de sites

Investidor pretende diversificar mercado e oferecer serviços digitais também para emissoras de televisão

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

Crescer na América Latina e na Ásia. Esta é uma das prioridades da empresa de tecnologia que resultou da fusão, no mês passado, entre a europeia Piano Media e a americana Press+. Ambas eram líderes em suas regiões no chamado "paywall", sistema que cobra pelo acesso ao conteúdo de sites.

"Ainda há crescimento nos Estados Unidos e na Europa. Mas Ásia, América Latina, esse crescimento global é uma das oportunidades que vemos", diz o investidor Pekka Mäki. Ele comandou de Viena, na Áustria, a aquisição da Press+ pelo fundo 3TS Capital, que já controlava a Piano.

Mäki diz que produtores de conteúdo, inclusive jornais, de Brasil, Argentina e Chile estão em "negociações avançadas" com a Piano, nome que foi mantido na nova empresa.

A Piano, que com a fusão passa a responder pelo "paywall" (sistema de cobrança de conteúdo) de mais de 600 sites de mídia, tem como presidente Kelly Leach. Ela vem do "Wall Street Journal", onde ajudou a implantar bem-sucedida cobrança digital.

Leach diz que, até três anos atrás, o "paywall" era visto como estratégia viável apenas para noticiário especializado, caso do jornal econômico "WSJ", mas que isso mudou com o êxito obtido em 2011 pelo "New York Times".

"O NYT' provou que um jornal de interesse geral também poderia adotar uma estratégia de conteúdo pago", afirma ela. "O fato de que isso não afetou a sua publicidade deu mais confiança a outros publishers." Leach vê "interesse crescente" pelo serviço na América Latina.

A Folha foi o primeiro jornal brasileiro a adotar "paywall" para o conteúdo digital, em 2012. A exemplo do "NYT", a tecnologia foi desenvolvida pelo próprio jornal e o modelo adotado foi o chamado "poroso" ou "metered", que permite acesso limitado aos não assinantes.

Para Ken Doctor, consultor de mídia, a fusão é o primeiro sinal de consolidação do que chama de "revolução do paywall'", que já abrange metade dos jornais americanos e 20% dos europeus, "com América Latina e partes da Ásia se juntando à parada".

Por um lado, segundo Doctor, a fusão reafirma que a cobrança digital é necessária para os modelos de negócios do jornalismo. Por outro lado, mostra que o mercado de imprensa mundial não é grande o suficiente para duas empresas líderes.

SEGMENTAÇÃO

Além da estratégia global, Pekka Mäki diz que a nova empresa, a partir da experiência europeia, menos concentrada em imprensa do que a americana, oferecerá serviços digitais para outros produtores de conteúdo, como emissoras de televisão. E desenvolverá novos serviços.

Ele diz que, apesar do nome "muro", os sistemas tecnológicos de cobrança não devem ser vistos como bloqueios ao conteúdo.

Um dos objetivos da empresa é oferecer soluções para o que chama de "all digital access": "As pessoas querendo consumir através de celular, da internet, de onde for".

Além disso, a tecnologia precisa ser flexível, pois o público é variado. "Algumas algumas pessoas acessam bastante os sites, mas só querem ler notícias de esportes", exemplifica. Segundo o principal investidor da nova empresa de tecnologia de cobrança digital, os produtores de conteúdo caminham agora para a segmentação, oferecendo "diferentes tipos de conteúdo pago para diferentes tipos de consumidores".


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