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DIADOEMPREENDEDOR

Eu, eu mesmo e minha empresa

Empresários contam como sobrevivem só com capital próprio, sem empréstimos ou investimentos

FILIPE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

A dentista Patricia Mazzarioli, 35, tem uma rede de quatro consultórios -nenhum deles aberto com financiamento bancário. Tudo foi bancado com a receita da própria empresa ou com trabalhos externos da fundadora.

Mazzarioli usa a estratégia desde que abriu a primeira unidade, há dez anos. "Eu não queria ter dívidas. E se eu pegasse um empréstimo e não tivesse como pagar? Preferi ir comprando tudo devagar, ir montando uma estrutura aos poucos", afirma.

A opção de começar o negócio apenas com recursos próprios, em vez de buscar empréstimos ou investimentos de terceiros é a melhor, afirma Cynthia Serva, coordenadora do centro de empreendedorismo do Insper.

A vantagem é que, dessa forma, não se tem um custo adicional dos juros cobrados pelos empréstimos nem é preciso oferecer uma participação grande da empresa para o investidor logo no nascimento da companhia.

Conhecida pelo apelido em inglês "bootstrapping", a prática de se começar o negócio apenas com dinheiro próprio é recomendada principalmente por especialistas em start-ups (empresas iniciantes de base tecnológica).

Isso porque, quando se inicia uma companhia com um modelo de negócios que ainda não foi testado, corre-se o risco de se gastar muito desenvolvendo produtos e serviços pelos quais ninguém vai querer pagar no futuro.

Além disso, empreender com poucos recursos tende a ser um aprendizado útil ao empresário e que será valorizado quando se for buscar recursos no futuro, diz Yuri Gitahy, sócio da Aceleradora.

"Você vai saber gastar só o dinheiro que tem, sem desperdício. Aprenderá a criar produtos com o menor custo possível e a vender o quanto antes", afirma.

SEM MORDOMIAS

André Tannús, 34, e Rodrigo Hanashiro, 31, mantêm desde 2011 uma empresa com escritório em casa, cozinhando a própria comida no almoço e sem funcionários.

Isso mesmo depois de terem sido considerados pelo Google como os responsáveis por um dos serviços mais inovadores criados a partir de um sistema da companhia.

A empresa criada por eles, a Epungo, desenvolveu uma ferramenta que permite fazer buscas por imóveis em mapas, fazendo desenhos na tela e filtrando os resultados de acordo com o interesse do usuário.

A companhia vende licenças para que imobiliárias e construtoras possam disponibilizar o sistema.

Os sócios não querem investidores por temerem que eles queiram mudar o modelo de negócios. Como o faturamento da empresa ainda é pequeno, o crescimento do negócio é mais lento do que poderia ser se tivessem recursos para investir em propaganda e contratação de funcionários. "A gente sofre com a dificuldade de crescer e isso me incomoda, mas é o preço que a gente paga", afirma Tannús.


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