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Ciclovias aquecem mercado de bicicletas

Mudança cultural promove crescimento em segmento 'premium', com salto na venda de bikes acima de R$ 2.000

Fábricas brasileiras planejam investimento maior, e estrangeiras se instalam no país, 3º maior produtor global

RODOLFO LUCENA DE SÃO PAULO

A modificação das políticas urbanas, o aumento da quantidade e da quilometragem de ciclovias em grandes cidades e a disseminação do estilo de vida saudável estão provocando uma revolução no mercado das bicicletas.

"Até bem pouco tempo, a bicicleta era tida como uma alternativa para pessoas alternativas. A mudança que acontece agora é que a bicicleta está sendo inserida no modal do transporte como um todo, ou seja, vai fazer parte da realidade do cidadão. E isso tende a humanizar a cidade", analisa Giancarlo Clini, diretor financeiro da Aliança Bike, associação que reúne as empresas do setor no Brasil.

Os impactos dessa mudança na produção das "magrelas", porém, não devem ser sentidos imediatamente, conforme avaliação da Abraciclo, entidade que reúne os fabricantes de bicicletas, motos, motonetas e outros veículos de duas rodas.

Segundo a entidade, o número de unidades fabricadas e vendidas no país tem se mantido estável nos últimos anos em torno de 4,5 milhões de bicicletas.

Isso não é pouco: o Brasil é o terceiro maior fabricante de bicicletas do mundo, com uma fatia de 5% do mercado global, segundo a Abraciclo. Vem atrás da China, que domina o mercado, com 67% da produção total (80 milhões de bicicletas por ano), e da Índia, que tem 8% (10 milhões de bicicletas por ano).

Mesmo assim, há espaço para crescer. Clini, 45, prevê que o meio de transporte, "daqui a algum tempo, estará integrado ao cotidiano das pessoas". Só então, acredita ele, essa revolução no comportamento, começará a ser sentida no caixa registrador das fabricantes e vendedoras, com aumento significativo do faturamento.

EXPANSÃO NO TOPO

Isso não significa que o mercado esteja parado.

Há mudanças, ainda que menos visíveis. Os fabricantes instalados no Polo Industrial de Manaus, por exemplo, faturaram no ano passado R$ 313,97 milhões --um aumento de pouco mais de 6% em relação ao ano anterior.

Esse era também a ordem do crescimento esperado para os negócios na Brasil Cycle Fair 2014, exposição que terminou na ultima quarta-feira (dia 1) em São Paulo e que é apresentada como a maior do setor na América Latina.

No encerramento, porém, a Aliança Bike, que organiza a feira, estimou em R$ 90 milhões o movimento gerado no evento --crescimento de 15% em relação ao ano passado.

Alguns setores têm números ainda mais expressivos.

A Trek Brasil, por exemplo, que completa um ano de operação no país, vê o segmento em que atua com expansão acelerada. Antes, a empresa norte-americana atuava por meio de distribuidor.

"De 2008 para cá, o mercado premium, de bicicletas de mais de R$ 2.000, cresceu de 20% a 25% ao ano", afirma Luís Felipe Praça, presidente da empresa.

E há gente disposta a pagar muito por uma bicicleta especial. No estande da Trek, a estrela era a Emonda, apresentada como a bicicleta mais leve do mundo (4,6 kg). Especial para corridas --já venceu etapas do Tour de France e do Tour da Califórnia, segundo Praça--, custa R$ 70 mil.

Mas o mundo não é só das supermagras. Concorrente da Trek no segmento de modelos mais sofisticados, a Scott tinha como destaque uma bicicleta bem gordinha (o fabricante a apelida "fat bike").

Trata-se da Scott Big Ed, para ser usada em qualquer tipo de terreno, de dunas até áreas nevadas, passando por lamaçais. Com estrutura poderosa, pesa 15 kg e tem preço compatível: R$16.999. As entregas começam em janeiro, mas já há filas de interessados, festeja o distribuidor.


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