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Massa falida do Mappin recupera R$ 3,5 mi

Valor, que será corrigido, foi desviado por servidora entre 2009 e 2012, segundo a Justiça

ESTÊVÃO BERTONI DE SÃO PAULO

Uma ex-funcionária do Tribunal de Justiça de São Paulo foi condenada a devolver ao Mappin, em valores corrigidos, R$ 3,5 milhões desviados entre 2009 e 2012 da massa falida da empresa.

Ex-agente administrativa da 18ª Vara Cível da capital, Elaine Cristina Braga Morbeck do Nascimento gerenciava os processos de falência da loja, que fechou as portas em 1999. Seu advogado, Claudenir Gobbi, afirmou que não iria comentar o caso.

Aberto em 1913, em São Paulo, o Mappin foi uma das principais lojas de departamentos do país. Em 1996, a empresa foi vendida ao empresário Ricardo Mansur, dono da Mesbla. Desde 2010, a marca pertence à Marabraz.

Elaine foi acusada de falsificar ao menos 30 guias usadas para pagar credores, a maioria no valor de R$ 60 mil, e de emiti-las em nome de amigos. Mais de dez laranjas ficavam com 10% do valor de cada guia. O resto ia para a conta de Elaine, de seu marido ou de sua filha, então menor de idade.

Em setembro de 2009, por exemplo, uma guia de R$ 60 mil foi descontada por um laranja: R$ 53.986 foram para a conta da filha de Eliane, segundo dados do processo.

As guias fraudadas foram assinadas pelo então diretor do cartório, Arlindo Cosmo Filho, a quem cabia conferi-las, e pelo juiz da vara, Luiz Beethoven Giffoni Ferreira.

Cosmo Filho continua no TJ, na área de recursos humanos. Luiz Beethoven Ferreira foi nomeado desembargador em 2012. Procurados pela Folha, não quiseram falar.

Na época, o desvio foi de R$ 1,67 milhão. As fraudes só cessaram após denúncias.

As melhorias na condição de vida de Elaine --como a compra de um Hyundai Tucson e de um apartamento na Praia Grande, no litoral paulista-- chamaram a atenção de outros funcionários. Um agente administrativo do TJ ganha hoje cerca de R$ 2.000.

Em depoimento a que a Folha teve acesso, dado ao Ministério Público em 2013, Elaine diz que indicou os nomes que constavam nas guias a pedido do então síndico da massa falida, Alexandre Carmona. Carmona morreu em 2012. Seu filho Nelson Carmona nega irregularidades.

O juiz Ferreira instaurou um processo administrativo em abril de 2012 para apurar os desvios. A pedido, Elaine foi exonerada naquele mês.

Ela não recorreu, e a decisão na área cível transitou em julgado (não pode ser alterada). Como ainda não devolveu a quantia, teve o apartamento, o carro e valores em contas bloqueados.

Há um inquérito policial em andamento.


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