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Cenário eleitoral acentua a variação da cotação do dólar

Real tem maiores mudanças para cima ou para baixo entre 24 moedas

Apesar de movimento acompanhar direção das divisas de países emergentes, ele é mais acentuado no Brasil

DE SÃO PAULO

O real é a moeda que apresenta a maior volatilidade em relação ao dólar entre as divisas de 24 países emergentes nos últimos dois meses, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

Em muitos dias nesses últimos meses, a cotação da moeda subiu ou caiu demais em uma única sessão. Na maior parte das vezes, caminhando na mesma direção das moedas da maioria dos emergentes, mas de maneira mais exacerbada.

O cenário eleitoral é um dos principais propulsores dessa diferença. "Nos últimos três meses, tenho visto muita gente se cobrindo', fazendo hedge [proteção] para se proteger de eventuais mudanças", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Na visão de Ítalo Santos, especialista em câmbio da corretora Icap do Brasil, a eleição influiu bastante nas definições de estratégias dos investidores nos últimos meses, mas houve nesse período uma mudança na atitude do Banco Central que ajudou na disparada do dólar.

Segundo ele, até meados do ano, o BC divulgava sempre com antecipação se ia rolar todos os vencimentos de contratos de swaps cambiais --equivale a uma venda futura de câmbio-- do mês.

Em setembro, a estratégia do que seria feito só foi informada ao mercado depois de o Fed dar sinais de que haverá aumento nos juros americanos no 1º semestre de 2015.

"O mercado ficou esperando essa sinalização e isso, mais a eleição, fez o dólar aumentar naquele período."

O economista-chefe do Santander, Mauricio Molan, avalia que, no dia a dia do mercado de câmbio, de fato o cenário eleitoral vem influindo nos últimos meses.

E deve continuar assim, na avaliação de Santos, da Icap. "Essas próximas duas semanas serão alheias ao mundo, o cenário local terá forte influência no mercado", diz.

HISTÓRICO

Mas há um fator extra: a moeda brasileira é historicamente mais volátil que as demais emergentes, no que concordam Molan e Galhardo.

Para o economista-chefe do Santander, o fato de o Brasil ser relativamente mais fechado em termos de comércio exterior é um dos fatores estruturais que explicam tal volatilidade maior.

"Movimentos de capital advindos do comércio exterior são mais estáveis do que os da conta financeira [aplicações em Bolsa e títulos financeiros]", afirma.

Como segundo fator, ele menciona a maior liquidez que os investidores estrangeiros encontram no mercado financeiro brasileiro. "É uma economia grande e representativa e, se os investidores querem aplicar em emergentes, conseguem fazê-lo mais facilmente aqui", afirma.

Adicionalmente, facilita tal movimento o fato de o câmbio, aqui, ser flutuante. "Isso facilita a especulação, e ajuda a explicar essa volatilidade maior", diz Galhardo.


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