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Turbulência eleitoral paralisa Tesouro Direto

Forte variação de preço dos títulos levou a 9 interrupções em suas vendas em 20 dias

EDUARDO CUCOLO DE BRASÍLIA

A venda de títulos públicos para pessoas físicas por meio do Tesouro Direto foi interrompida várias vezes nos últimos dias por causa da turbulência provocada pelas eleições presidenciais no mercado financeiro.

As paradas se devem ao sobe e desce no preço desses papéis, principalmente em dias de divulgação de pesquisas de intenção de votos.

Em 20 dias, entre 18 de setembro e 7 de outubro, os negócios foram suspensos nove vezes por decisão do Tesouro Nacional, "devido à forte volatilidade nas taxas de juros dos títulos públicos".

Desde agosto do ano passado, não havia tantas interrupções. Na época, as turbulências refletiam a sinalização dos EUA de que iriam reduzir os estímulos à economia concedidos desde 2008.

No Tesouro Direto não há regra que determine quando os negócios devem ser interrompidos, como na Bolsa.

A decisão fica a critério do governo e tem como objetivo evitar uma diferença significativa entre o preço da venda para o pequeno aplicador e o valor negociado no mesmo momento entre os grandes agentes do mercado.

"Essas suspensões ocorrem em momentos de forte volatilidade no mercado e são praticadas para evitar que transações no Tesouro Direto sejam realizadas a preços defasados. Após a estabilização da trajetória dessas variáveis, o Tesouro Direto restabelece as negociações", informou o Tesouro em nota.

Em geral, o que tem ocorrido nesses dias é o atraso no início dos negócios. No dia 29 de setembro, no entanto, foram duas paralisações, de manhã e à tarde.

Naquela segunda-feira, o mercado reagia à pesquisa Datafolha que mostrou, na sexta, Dilma Rousseff à frente de Marina pela primeira vez na simulação de 2º turno.

Como o mercado avalia que o governo petista será menos rigoroso com a inflação, espera que a reeleição da presidente signifique juros altos por mais tempo.

Por isso, os papéis mais atingidos pelas oscilações são aqueles com prazos mais longos. É o caso da NTN-B Principal 2035, título corrigido pela inflação (IPCA) mais uma taxa de juros prefixada que varia ao longo do dia.

Entre os dias 18 e o fechamento do mês passado, ele teve desvalorização de 8%. Nos dez primeiros dias de outubro, com a definição de quem vai disputar o 2º turno, os preços se recuperaram, com valorização de 13%.

O investidor que fica com o papel até o vencimento recebe o rendimento acertado no momento da compra.

Quem entra em momentos de baixa, no entanto, obtém rendimento maior. Quem aplicou nessa NTN-B no dia 29, por exemplo, terá rentabilidade de 6,28% ao ano até 2035, além da inflação. Aplicações feitas ontem (10) têm juro de 5,68% ao ano + IPCA.


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