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Análise

Política privilegia poucos grupos à custa dos consumidores

LUIS HENRIQUE B. BRAIDO ESPECIAL PARA A FOLHA

Nota-se no Brasil considerável escalada na adoção de políticas comerciais visando desestimular a importação de bens e serviços.

Alguns analistas se atentam ao maior prejudicado: os consumidores. Utilizarei este espaço para fazer coro a este aspecto do problema.

Os cidadãos de um país protecionista são levados a comprar localmente de empresas não expostas à competição internacional. Essa prática patrocina, portanto, brutal transferência de renda de uma grande gama de consumidores para um pequeno grupo de empresários e trabalhadores ligados aos setores protegidos.

Os preços pagos pelos brasileiros por medicamentos, automóveis, telefones celulares e eletroeletrônicos em geral são ultrajantes quando comparados àqueles praticados em vários outros países.

Deve-se apontar que isso não é fruto exclusivo de nosso protecionismo comercial, ora que existe grande carga de impostos não alfandegários sobre nossos produtos.

O arranjo entre o Estado brasileiro e os setores produtivos protegidos é curioso. Por um lado, sufoca-se toda a esfera produtiva com excesso de obrigações, insuficiente infraestrutura e baixa capacitação profissional. Por outro, escolhe-se proteger alguns setores, garantindo farta gordura para compensá-los das ineficiências públicas.

Trata-se de uma política elitista, fruto de uma aliança perversa em que se premiam alguns grupos politicamente bem representados em troca de sua complacência com a baixa produtividade do aparelho burocrático estatal.

Por estarem politicamente desorganizados, cerca de 200 milhões de brasileiros acabam fadados a pagar caro por pior qualidade. Passou da hora ideal induzir nossos setores (indústria, em particular) a inovar e oferecer produtos melhores a custo menor.

LUIS HENRIQUE B. BRAIDO é professor da Escola de Pós-Graduação em Economia da Fundação Getulio Vargas


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