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Ações 'menores' sobem até 121% em ano ruim da Bolsa

Índice de 'small caps' acumula alta de 21,5% no ano, ante uma variação de apenas 2,87% do Ibovespa

Especialistas, no entanto, alertam para os riscos, como a maior dificuldade de se desafazer de papéis

DE SÃO PAULO

Dentro da BM&FBovespa, cujo principal termômetro dos negócios -o Ibovespa- sobe só 2,87% neste ano, há ações com valorização de 121% e de 117%, como a Kroton, gestora de universidades privadas, e o frigorífico Minerva, respectivamente.

São papéis de empresas de menor porte, conhecidas como "small caps", que estão longe da popularidade de gigantes como Vale e Petrobras, mas que têm alto potencial de valorização.

No ano, o índice da Bovespa para ações de "small caps" sobe 21,5%, e os fundos que investem só em papéis dessas companhias têm alta de 14,8%, a maior entre os fundos de ações.

Segundo analistas, a maioria das companhias que compõem o índice e os fundos é voltada ao mercado interno, ou seja, não é exposta à crise internacional.

Além disso, são poucas as empresas ligadas a commodities, setor que vem contribuindo para o fraco desempenho da Bolsa.

COMO INVESTIR

Além da opção de ser um investidor individual -que precisa acompanhar e estudar a empresa-, há a alternativa dos fundos, sugeridos para quem tem uma quantia limitada de recursos e quer diversificar suas apostas em várias empresas e mitigar os riscos. Mas sempre é preciso levar em conta as taxas.

Há também a opção de comprar um ETF (Exchanged Traded Fund), fundo de investimento negociado diretamente no pregão como uma ação, que acompanha o índice das "small caps" da Bolsa.

Além da praticidade, esses fundos têm como vantagem a taxa baixa de administração, de 0,69% ao ano. O SMAL11, o fundo ETF que segue o índice de small caps da Bolsa, sobe 21,2% neste ano.

Entre as estrelas do setor que compõem o índice estão empresas de ensino superior -Kroton, Estácio e Anhanguera-, de vestuário, como a Grendene, e de autopeças, como Metal Leve (veja quadro).

"A Bolsa brasileira é muito mais do que o Ibovespa. E neste ano isso ficou bem claro, quando empresas 'small caps' tiveram desempenho muito acima [do índice]. Mas é preciso saber selecionar essas empresas. Nem todas as 'smal caps' estão tão baratas", diz Jorge Ricca, gerente de fundos de ação da BBDTVM, gestora de fundos do Banco do Brasil.

As ações da metalúrgica Mundial têm perdas de 60,47% em 2012, e as da Eletropaulo, 50,71%.

Segundo o professor de finanças do Insper Michael Viriato Araújo, os investidores saíram de setores com problemas e acabaram migrando para as "small caps", o setor "que sobrou".

"Eu tenho dúvida se o investidor está fazendo todas as contas [levando os riscos em consideração]."

Para Pedro Galdi, chefe de análise da SLW, o investidor precisa tomar cuidado ao apostar em "small caps" de setores que podem sofrer algum tipo de intervenção do governo, como aconteceu neste ano no segmento de energia e bancos.

RISCOS

Além de conhecer bem o negócio dessas empresas, para investir em "small caps", é preciso saber que algumas têm baixa liquidez -são mais difíceis para comprar e vender na Bolsa na hora em que precisar.

Como são empresas menores e menos conhecidas, o risco de errar também é superior ao das gigantes da Bolsa. As chances de acertar aumentam conforme os gestores dos fundos ou o investidor individual conhecem mais o negócio das empresas em que estão aplicando recursos. (MARIA PAULA AUTRAN e TONI SCIARRETTA)


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